Nova Iguaçu entrou definitivamente no circuito cinematográfico. Prova incontestável: o Iguacine, festival que chega à terceira edição, norteado pelo tema “Circulando pelas Imagens” e pelo desejo de articular a produção da Baixada Fluminense com o Brasil. O evento tomará conta da cidade entre os dias 15 e 21 de abril, na Escola Livre de Cinema, em Miguel Couto, e no Espaço Silvio Monteiro, no Centro de Nova Iguaçu, com programação gratuita.
Na abertura, atrações de peso – a exibição do longa inédito Não se pode viver sem amor, de Jorge Durán, com Cauã Reymond, e a promo do longa Cinco vezes Favela - Agora por nós mesmos, projeto coordenado pelo cineasta Carlos Diegues que reúne curtas-metragens de jovens realizadores vinculados aos projetos Nós do Morro, Observatório de Favelas , Cufa, AfroReggae e Cidadela.
Foram selecionados 45 curtas-metragens entre os mais de 230 inscritos. A programação contará com três mostras competitivas: a Nacional, que trará a nata da produção contemporânea de curtas-metragens, a Baixada, que, realizada na primeira edição, retorna ao festival, e a Projetos Sociais, voltada para trabalhos de natureza didática. Além destas mostras haverá a Bairro Escola, destinada a 1200 crianças de escolas municipais de Nova Iguaçu, que contemplará curtas realizados pelos próprios alunos, a partir de contos de Câmara Cascudo, e a Encontros Universitários, com exibições seguidas de debates entre realizadores e alunos.
Entre os destaques da programação estão os curtas As Verdades Temporárias, de Eduardo Kishimoto, que conta com o cineasta Carlos Reichenbach no elenco e foi viabilizado graças a recursos do primeiro Iguacine, o premiado Recife Frio, de Kleber Mendonça Filho, 65º N, de Lucas Gervilla, filmado na Islândia, Pólis, de Marcos Pimentel, vencedor do segundo Iguacine, o austero e elogiado Confessionário, de Leonardo Sette, e o singelo Carreto, de Marília Hughes e Cláudio Marques. Destaque também ao longa inédito Sonhos Roubados, de Sandra Werneck, centrado no cotidiano de três adolescentes moradoras de comunidades carentes (ficção diretamente escorada no documentário anterior da diretora, Meninas), assim como o contundente Utopia e Barbárie, de Silvio Tendler, e o despretensioso Vida de Balconista, de Cavi Borges, protagonizado por Mateus Solano, os dois últimos na Mostra Encontros Universitários, além de Queimado, produção do Cineclube Mate Com Angu dirigido por Igor Barradas, que será exibido no dia 16 abril. Emoldurando a programação, a exibição, em cópia restaurada, de Alô Alô Carnaval, clássico da Cinédia assinado por Adhemar Gonzaga, em 1936. Além disso, uma exibição do primeiro 5 x Favela (1962), seguida de debate faz elo entre passado e futuro.
Cena de Queimado de Igor Barradas
No júri da Mostra Competitiva Nacional estão Beth Sá Freire, diretora adjunta do Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo, o cineasta Vinicius Reis e o jornalista Daniel Schenker, que deverão premiar os trabalhos em várias categorias (melhor filme, que ganhará R$ 2000,00, direção, ator, atriz, roteiro, montagem, som). A Mostra Baixada será julgada pelo professor da UFRRJ Nonato Gurgel e Marão, que concederão um prêmio ao melhor filme, no valor de R$ 1.000,00 (o outro caberá ao público decidir). A Mostra Projetos Audiovisuais Sociais contará com avaliação dos professores da rede pública de Nova Iguaçu. E haverá ainda o prêmio Porta Curtas, a cargo dos internautas. O Festival homenageia este ano o cineasta Cacá Diegues por sua contribuição a democratização do audiovisual, o animador Marão oriundo da baixada fluminense e a Furacão 2000, por ter feito um dos primeiros registros audiovisuais do funk carioca. A cobertura completa do Festival ao vivo você acompanha no portal: www.culturani.blogspot.com (Projeto de Comunicação dos Jovens Repórteres de Nova Iguaçu).
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