sexta-feira, 28 de setembro de 2012

7ª Parada do Orgulho LGBT (parada Gay) de Duque de Caxias


A 7ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), popularmente conhecida como: Parada Gay,  de Duque de Caxias na Baixada Fluminense já tem data será no próximo domingo, dia 30 de setembro na Av. Brigadeiro Lima e Silva a partir das 13 horas.

O evento será organizado pelo GPD (Grupo Pluralidade e Diversidade de Duque de Caxias) e espera reunir cerca de 300 mil pessoas se consolidando como a 2ª maior Parada do Estado do Rio de Janeiro e a 5ª do Brasil.

Exposição Mate Com Angu- dez anos encerra amanhã

Amanhã é o último dia para você ver a exposição comemorativa de dez anos do Mate Com Angu, no Sesc Caxias. Na ocasião será lançado o  Catálogo 10 anos Mate com angu - o cerol fininho da Baixada
SESC Duque de Caxias.
 
Sábado, 29 de setembro de 2012.

11h - visita guiada da Exposição
14h - Conversa sobre cineclubismo - Vamos fazer um filme?
16h - Lançamento do catálogo.

Rua General Argolo, 47 - 25 de agosto - Duque de Caxias
 
 

Oficina de WebTV e WebRádio na Lira de Ouro

Dentro do curso de cultura digital da Lira de Ouro, esse sábado teremos uma oficina de webtv e webrádio. Você que está interessado em utilizar os recursos da internet e criar sua própria mídia, aproveita. A oficina será realizada com a galera que entende do assunto como o pessoal da Pós Tv, do programa ZoaSom e do Buraco Cavernoso.
A oficina acontece amanhã dia 29 de setembro, às 14h na Lira de Ouro, que  fica na Rua José Verissímo, 72- Centro de Duque de Caxias. A oficina é gratuita.





quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Alexandre Cardoso, Dica, Samuquinha, Zito e Washington Reis participam do debate do Jornal Extra


O Jornal Extra promoveu um debate, na terça-feira dia 25 de setembro, com os candidatos à prefeito de Duque de Caxias, no Museu Ciência e Vida. Participaram do debate os candidatos: Alexandre Cardoso, Dica, Samuquinha, Washington Reis e Zito. O público além da assessoria de cada candidato era formado pela imprensa local e algumas entidades da cidade. No começo do debate os candidatos falaram sobre os temas de educação, saúde, transporte e segurança.

O primeiro a falar foi o candidato do PSB Alexandre Cardoso, ele  colocou que a cidade, embora tenha o segundo PIB do Estado, é  uma das últimas colocadas no IDEB, criticou a estrutura precária das escolas e que na sua gestão a escola será motivadora do aluno. Alexandre Cardoso ainda prometeu criar o programa creche mãe noturna. Zito criticou a gestão de Washignton Reis, dizendo que o ex-prefeito deixou as escolas da cidade destruídas, que está construindo escolas de tempo integral e a universidade municipal. Washington Reis, colocou que realizou concursos, deu abono aos professores, aumento para o servidor, trouxe a UFRJ e acabou com as filas nas matriculas. Já Dica disse que a educação na cidade está em estado de alerta, que o foco de seu governo será numa educação cidadã. Samuquinha começou sua colocação parabenizando Alexandre Cardoso pela bela obra do Museu Ciência e Vida, disse que o problema da educação deve-se ao ex- e ao atual prefeito que deixaram a cidade dessa forma e que vai investir na escola de tempo integral.

No tema da saúde Alexandre Cardoso disse que vai investir no programa de saúde da família, que vai reabrir o Hospital Duque, criar postos de saúde 24 horas para cada 50 mil habitantes e transformar o Hospital Moacyr do Carmo em Hospital Universitário. Zito disse o problema da saúde é em todo o Brasil e não somente em Duque de Caxias, criticou o governador Sergio Cabral por não ter o ajudado a resolver os problemas da saúde. Washington Reis disse que construiu o Moacyr do Carmo, as UPAs e reformou as unidades de saúde, que o governador colocou recursos na saúde, mas que foram desviados pela empresa Marca. Dica colocou que os leitos da cidade foram reduzidos após o fechamento de várias casas de saúde, rebateu Washington Reis, dizendo que ele quem  trouxe as UPAs para a cidade e que não sabia que o Duque seria fechado. Samuquinha disse que fez a parte dele como parlamentar fazendo as emendas parlamentares, que o problema da saúde é crônico e que a contratação da empresa Marca recebendo 9 milhões para administrar os postos de saúde, foi um grande erro da atual gestão. O  prefeito Zito ganhou direito de resposta sobre Washington Reis e disse que a prefeitura entrou no Cadin devido o desgoverno dele e por conta das obras eleitoreiras.

Na abertura do tema transporte Alexandre Cardoso colocou que levou o atual prefeito Zito, para uma audiência com o ex-ministro da saúde Temporão e que se as coisas não evoluíram não era de sua responsabilidade, disse que vai implantar a tarifa única na cidade, criticou os altos preços das tarifas de ônibus, e a falta de uma planilha para a definição dos preços das passagens, e que a cidade não tem planejamento urbanístico. Zito na sua fala confirmou que esteve sim com Temporão e que Alexandre Cardoso, sempre se colocou à disposição para ajudar a cidade, disse que 78% das linhas que cortam a cidade são intermunicipais e que teria que fazer um trabalho junto ao governo do estado, disse também que implantou a tarifa companheira. Washington Reis prometeu implantar o bilhete único municipal integrado com o estado e criar o BRT. Dica disse que o atual e o ex-prefeito já tiveram muito tempo e não resolveram o problema. Samuquinha disse que o ex-prefeito deveria resolver o problema das linhas intermunicipais com o governador e que teve uma decisão judicial mandando a prefeitura fazer licitação das linhas municipais que há 13 anos não acontece, que essa caixa preta precisa ser aberta e que vai implantar o ônibus a R$ 1 real.  

Na questão da segurança Alexandre Cardoso disse que vai utilizar o PROES programa do governo do estado para ampliar o efetivo de policiais na cidade, vai criar uma central de monitoramento com câmeras na cidade e priorizar a iluminação na cidade para prevenir a segurança. Zito disse que segurança é dever do estado e não do município, que o importante é o investimento na educação para tirar o jovem da marginalidade. Washington Reis disse que vai criar o mutirão social, retirar o crack das ruas, vai instalar 500 câmeras na cidade, UPP nas comunidades e erradicar as favelas da cidade. Dica disse que vida não tem preço, que vai intensificar a presença da guarda municipal nos bairros e colocar iluminação de led nos bairros. Samuquinha também disse que vai fazer monitoramento com câmeras na cidade e que vai lutar para ampliar o número de policiais na cidade.

No outro bloco de candidato perguntando a candidato, começou com o ex-prefeito perguntando ao atual, Washington Reis perguntou a Zito onde ele iria colocar o lixo da cidade. Zito colocou que foi pego de surpresa, que o fechamento estava programa para 31 de dezembro deste ano e foi antecipado devido a Rio+20, que está trabalhando para buscar a solução e que atualmente o lixo está indo para Seropédica. Washington Reis disse que não tinha entendido a colocação do prefeito e tinha criado a usina de biogás, resolvido a questão dos créditos de carbono e a indenização dos catadores de Jardim Gramacho. Zito retrucou dizendo que o ex-prefeito deveria estar muito tempo em Brasilia e por isso não deveria estar entendendo. Samuquinha também fez a mesma pergunta ao candidato Dica, que disse que ia segurar essa banana, arrancando risos da plateia, disse que necessita de planejamento e gestão para resolver o problema, que vai utilizar uma tecnologia alemã para despoluir o solo da Cidade dos Meninos e transformar a área em um grande polo industrial. Samuquinha disse que também irá implantar um polo industrial na Cidade dos Meninos. Continuando as perguntas Alexandre Cardoso perguntou a Samuquinha qual o seu projeto para combater as enchentes, em resposta o candidato disse que vai criar a Companhia Municipal de Água e Esgoto. Na vez de Zito perguntar ao candidato Alexandre Cardoso, o atual prefeito citou vários problemas da cidade, fazendo uma referência velada ao ex-prefeito, na resposta Alexandre Cardoso, disse que a guerra política na cidade tinha que acabar que nos últimos anos essa briga acabou prejudicando a cidade, que a obra da Av. Presidente Kennedy foi mal planejada, e que ele lutaria pela unidade em torno da cidade, que vai fazer de Xerem um modelo de ecoturismo. Na resposta Zito disse que brigar pela cidade não é fazer guerra política e que só estava trazendo para o debate a realidade ambiental da cidade.

No debate também tiveram perguntas enviadas da plateia para os candidatos, Dica foi perguntado sobre seu projeto de cultura, ele disse que vai fazer lonas culturais na cidade, integrar a cultura nas escolas e fazer a lei municipal de incentivo à cultura. Zito foi questionado sobre seu relacionamento com a Locanty, o prefeito respondeu que a empresa tem vários contratos com vários órgãos e não somente com a prefeitura de Duque de Caxias. Alexandre Cardoso foi perguntado sobre a importância da cultura digital, ele disse que paga pelo pioneirismo de ter criado o projeto Baixada Digital, que até hoje o celular em algumas regiões não funciona bem, disse que no seu governo vai implantar o projeto nas comunidades carentes e que vai colocar as contas da prefeitura na internet com transparência e que destinou uma emenda parlamentar para Fundec de 1 milhão e 500 mil reais para a inclusão digital.

O debate serviu para demonstrar a importância dele para a democracia, pena que essa cultura ainda não esteja tão forte na política local, esperamos que no segundo turno mais debates ocorram, para o bem de nossa cidade e para o bem da democracia.


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Alexandre Cardoso defende concurso para Educação em debate do Sepe


O candidato a prefeito de Duque de Caxias pela aliança Amor por Caxias, Alexandre Cardoso, participou na quarta-feira de um debate com os candidatos à prefeitura do município, promovido pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), no Clube dos Quinhentos, onde apresentou como uma de suas propostas para a Educação, a eleição para direção das escolas municipais, concurso público não só para professores como também do pessoal de apoio e a incorporação do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) aos vencimentos da categoria.
Durante sua participação, Alexandre Cardoso afirmou que a educação não começa quando a criança ingressa no Ensino Fundamental. “A Educação começa na gestação. A Pré-Escola tem que estar integrada ao Ensino Fundamental. Precisamos também fazer uma escola motivadora, onde o aluno tenha vontade de estudar. Queremos que a escola pública de Duque de Caxias ofereça um ensino de qualidade”, garantiu. 


Começou. O futuro da TV é agora



18/09/2012 |
Antonio Rosa
Adnews
Já imaginou ligar sua SmarTV e ver a tela repleta de aplicativos e não canais? Segundo o Ibope, 43% dos internautas assistem TV enquanto navegam na internet. Imagine que agora a própria TV é a internet. As vendas das chamadas SmarTVs já começaram. Ainda são tímidas, pois o estoque de aparelhos antigos, como os de LED com 40 polegadas, ainda é grande. Porém, o preço dos “velhos” modelos já caiu para menos de dois mil reais.

O próximo Natal será essencial para a mudança. O produto será o centro das atenções, já que engloba um avanço tecnológico em se tratando de hardware nunca visto. A tela plana, fina e um computador com configuração de última geração compõem o objeto de desejo. A TV, finalmente, será interativa. Enquanto vê a Avenida Brasil, por exemplo, você pode tuitar sobre a novela ou comentar algo no Facebook. Tudo no mesmo aparelho. Sem sair do sofá. Além disso, o controle remoto será opcional, pois o comando de voz será outro grande diferencial.

O mais curioso e complexo é que quando ligamos estas TVs elas não entram em nenhuma emissora, mas, assim como em um iPad, iPhone ou Tablets, elas abrem seus aplicativos. Neste contexto, a audiência começa a mudar de mão, pois haverá uma disputa enorme em estar na primeira tela.
Os próprios fabricantes de TV agora terão a mesma sensação das emissoras de TV. Irão negociar conteúdos exclusivos, relevantes e de impacto. Muito provavelmente isto fará uma erosão no padrão atual de audiência da TV Aberta, pois agora para alcançar a velha e boa televisão, será necessário entrar em um aplicativo chamado “TV Aberta” para depois escolher o canal.

Haverá também falta de conteúdo para se disponibilizar nestes Apps e enfim os “garotos e garotas” agora poderão abrir suas produtoras e fazer bons roteiros de vídeo, que antes estavam apenas no domínio da “velha” mídia.
Imaginem quantos novos programas veremos? Será como abrir infinitos Youtubes. Tenho quase certeza de que até uma “Emissora Apps”, com conteúdo de marketing e propaganda, será viabilizada. Por que não?
Até o velho instituto de pesquisas Ibope está entrando no jogo. Pela primeira vez analisou a relação entre TV e Internet. Segundo a pesquisa Social TV, entre os consumidores simultâneos, 70% navegam influenciados pela televisão e 80% mudam de canal ou assistem a determinados programas motivados pela Internet.

Pense agora na propaganda. Acha mesmo que com as SmarTVs teremos comerciais de 30” nos intervalos? Se hoje já não suportamos os chamados “First Watch”, aqueles vídeos chatinhos que abrem antes de assistirmos algo de algum portal na web.
E ainda tem gente contando aquela velha lorota de que nada vai mudar e que as mídias todas irão conviver pacíficas e amigáveis. “Ninguém morrerá” é o mantra mais falado por eles.
De fato, está começando o "desempacotamento" dos negócios da televisão, o último meio a ser impactado pela internet. Aquilo que aconteceu com a indústria fonográfica e fotográfica agora será sentido na TV. Assim como já está acontecendo com os jornais, revistas e rádio.

Quando escrevi o livro “Atração Global” em 1998 dediquei um capítulo ao tema. O título se chama "Navegando pela TV". Nele afirmei: “Enfim, como podemos perceber, será muito difícil mesmo definir o computador da TV e a TV do computador. Eles estão se fundindo, unindo funções de ambos. A conclusão desta história toda é que a televisão está se tornando um computador. Daqui a pouco, a televisão tradicional sumirá do nosso dia-a-dia”.

Em 2016, ou seja, daqui a apenas quatro anos, o governo retoma os sinais da TV Aberta no Brasil, o chamado VHF, canais 2 a 13. Isto liquida de vez com a antiga e analógica TV. Evidente que o prazo será estendido, mas note, de 2020 não passará. Portanto faltam apenas oito anos para sentirmos a maior revolução já vivida na mídia e na propaganda.

Ah! Não se espante se, por acaso, deparar-se em breve com um Apps da Rede Globo, SBT, Band, etc. Você não estará sonhando, foram eles que acordaram.
Antonio Rosa
Presidente da Dainet e Conselheiro Editorial do Adnews

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Começa amanhã o maior encontro de teatro da Baixada Fluminense


O Encontro de Artes Cênicas da Baixada Fluminense – EncontrArte, chega a sua 11ª edição como o evento mais importante e esperado pela população e classe artística da Baixada Fluminense.
A cada edição o projeto cresce e propicia à classe artística mostrar seus talentos reunindo vários grupos teatrais do Estado do Rio de Janeiro, buscando uma estruturação e ampliação do mercado de trabalho.
Além disso, há o fator mais importante que é o de entreter e oferecer à população, espetáculos teatrais com excelente qualidade.
A partir do dia 19 até 29 de setembro, 18 espetáculos serão apresentados gratuitamente em horários diversificados nos Teatros do SESC e Sylvio Monteiro, de Nova Iguaçu.
Os produtores do EncontrArte 2012, Claudina Oliveira, Fábio Mateus, Mário Marcelo e Tiago Costa acreditam que levar a linguagem do teatro à população é a melhor forma de democratizar o acesso à cultura, agregar valores, fortalecer a identidade e auto – estima de toda uma região.
Mais informações e agenda no site: http://www.encontrarte.com.br/festival

Mostra de pinturas no Instituto Histórico

A Associação dos Amigos do Instituto Histórico tem o prazer de convidar Vossa Senhoria e Família para a culminância da Oficina de Pintura e da Oficina de Capoeira com apresentação das atividades dos alunos.

A Mostra de Pinturas, intitulada Pintando o Hoje, Projetando o Amanhã realizar-se-á no dia 19 de setembro de 2012, às 17 horas, no Salão de Exposições do Instituto Histórico da Câmara Municipal de Duque de Caxias,
à Rua Paulo Lins, 41 - subsolo - Jardim 25 de Agosto - Duque de Caxias - RJ.


Primavera dos Museus terá debate em Caxias

Como parte das atividades da 6ª Primavera dos Museus - A função social dos museus, o Museu Ciência e Vida apresenta a palestra “O papel social dos museus”. O evento acontece no dia 28 de setembro, das 10h às 12h. Inscrições através do telefone: 2671-7797. Entrada gratuita.


Chuva Stereo se apresenta na Lia de Ouro


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Abraço ao hospital Duque de Caxias atrai cerca de três mil pessoas



O morador de Duque de Caxias disse sim ao grande abraço promovido pela Campanha 40 no Hospital Duque de Caxias, fechado há quatro anos pela prefeitura, na manhã deste sábado (15/9).  O ato promovido pelo candidato a prefeito Alexandre Cardoso, e contou com a presença das deputadas Jandira Feghali e enfermeira Rejane, do PC do B, do reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Ricardo Vieiralves, além de médicos e enfermeiros que trabalharam naquela unidade de saúde do município, além de lideranças políticas do município, que caminharam até a Praça do Relógio, no Centro.

“Este hospital é especial para mim. Foi nele que fiz minha residência médica. Foi aqui que eu fiz meu primeiro parto, assim como a primeira cirurgia ortopédica. Infelizmente, a Saúde em Duque de Caxias está abandonada. Não é possível uma cidade como a nossa, a segunda mais rica do Estado do Rio, estar nesta situação. Um município do tamanho do nosso não pode ter dois hospitais de atendimento somente de um lado? No dia primeiro de janeiro, quando assumir a prefeitura, vou criar ma comissão para estudar a reabertura do Hospital Duque de Caxias”, garantiu Alexandre Cardoso.

A deputada federal Jandira Feghali destacou a competência do candidato da aliança Amor por Caxias- integrada pelos partidos PSB, PDT, PT, PRB, PC do B, PPS e PMN- e seu poder de articulação. “Conheço Alexandre Cardoso há muitos anos e juntos escrevemos uma das páginas mais importantes da Constituição Estadual, sobre a questão da saúde no Estado do Rio. Alexandre Cardoso sabe, assim como eu, que a saúde pública não é gratuita. Ela vem dos impostos que os cidadãos pagam. Mas ao que parece às autoridades do município não tiveram o respeito pela população. No entanto, isto não será a prática de Alexandre Cardoso. Por ser médico, sua preocupação será levar um programa de saúde ao caxiense. Estaremos em Brasília conseguindo os recursos para que a saúde pública de Duque de Caxias atenda a todos os moradores”, afirmou a deputada federal.

Para deputada estadual enfermeira Rejane, que trabalhou no Hospital Duque de Caxias, o fechamento da unidade trouxe prejuízo ao morador da cidade. “Aqui havia uma equipe de profissionais da saúde dedicados. Tenho certeza que Alexandre Cardoso marcará sua administração por reabrir um hospital que teve grande importância para o município”, disse.

O reitor da UERJ, Ricardo Vieralves, garantiu que a partir do próximo ano a instituição montará um escritório em Duque de Caxias para auxiliar Alexandre Cardoso. “Colocaremos toda a UERJ a disposição de Alexandre Cardoso para que ele possa concretizar seus projetos de melhoria da qualidade de vida do morador desta cidade. É um orgulho poder contribuir para um homem competente e grande administrador”, comentou.

Amor ao Duque
Referência na obstetrícia no Estado do Rio, a médica Aldira Ferreira Almeida marcou presença no abraço ao Hospital Duque de Caxias. E não poderia ser diferente. No dia 15 de agosto de 1969, ela participava da inauguração da unidade onde atuaria por vários anos. “Não poderiam ter fechado o Hospital Duque de Caxias. Éramos uma equipe dedicada e salvamos muitas vidas aqui. Este movimento de reabri-lo é importante para toda a cidade. O hospital não precisa de vidros fumês, mas de condições para os profissionais trabalharem. Tenho certeza que Alexandre Cardoso, como médico que é, colocará em funcionamento esta unidade trazendo profissionais de qualidade para cuidar da saúde da população”, finaliza. 



Cidade Digital e Cidadania digital



13/09/2012 |
Renato Martini
Portal Sul 21
Um dos temas em tecnologia da informação bastante comentado, entre tantos, nos últimos anos foi o da banda larga e sua disponibilidade no país. Alguns mais radicais na abordagem chegaram a falar em um “apagão da banda larga” nos próximos anos. Dado o crescimento nacional no último biênio, e com a conversão crescente da vida para as redes computacionais, se a oferta de banda larga no território nacional não se harmoniza com este estado de coisas, iremos observar um gargalo de oferta de conexão em nosso país. Pois, sendo esta uma entre outras infraestruturas críticas, o seu não crescimento escalar torna-se freio ao crescimento econômico-social, e, assim, chegamos a falar urgentemente em um Plano Nacional de Banda Larga.
Impossível considerar uma cidade digital sem a temática da oferta de conexão à Internet, que é um dos insumos essenciais da presença de serviços que tradicionalmente as cidades e os governos realizavam num balcão, como se viu ao longo do último século. O Instituto Nacional de Tecnologia da Informação tem realizado alguns estudos sobre o impacto econômico e sócio-ambiental desta desmaterialização de processos, isto é, a troca do velho e tradicional documento em papel por um documento eletrônico. Em outubro de 2011, num dos vários eventos que organizaram a conferencia Rio+20 das Nações Unidas, um importante documento, o “Acordo para o Desenvolvimento Sustentável”, gerado coletivamente pelos conselheiros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) e mais de 70 instituições de diferentes campos de atuação, foi entregue à comissão brasileira desta Conferência global. Ali vimos preconizado a importância da desmaterialização de processos do uso intensivo do documento eletrônico. Pode-se ler: “Desmaterialização da produção e dos processos é a obtenção de mais serviços e bens utilizando uma quantidade menor de matéria, levando em conta também o gasto de energia gerado por essas alterações. Esse aumento na produtividade dos recursos pode ser feito através da otimização do uso dos produtos e do aumento na sua durabilidade e vida útil, do uso intensivo da Internet, da troca do documento com suporte material em papel pelo documento eletrônico, entre outros”. E este ano a Rio+20 viu nascer o debate, inserido entre um dos seus eixos, talvez o mais original de todos: a chamada economia verde.
Vejamos um pouco mais perto um dos grandes projetos de desmaterialização regulado pelo Governo Federal, o Sped, o Sistema Público de Escrituração Digital. Instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, ele faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC 2007-2010) e consiste na modernização da forma do cumprimento das “obrigações acessórias”, que os contribuintes entregam às administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores, “utilizando-se da certificação digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, garantindo assim a validade jurídica dos mesmos apenas na sua forma digital”, esclarece o sitio da Receita Federal.
A conhecida Nota fiscal eletrônica é um dos seus efeitos mais palpáveis. Com ela deixamos de emitir 4,2 bilhões de notas fiscais em papel que correspondem a mais de 3 milhões de árvores. Assim, economizamos cerca de 70 bilhões de folhas de papel – o que, numa nota fiscal antiga em quatro vias de papel (a 0,03 centavos cada), equivaleria a R$ 510 milhões. Sem contar o ganho de carbono, em 15 anos, que chega a 851 mil toneladas. Economiza-se também em outros recursos, tais como água, energia, combustível, melhoria da mobilidade urbana e ganho de tempo, facilitando a vida do cidadão sobremaneira. Por exemplo, em uma árvore de eucalipto de 0,667 m3 podem ser retiradas 7500 folhas, no valor de R$ 224, sendo uma folha a R$0,03. Este mesmo eucalipto, se preservado, faz com que sejam economizados 3.571 litros de água e 182 Kwh de energia, nos valores estimados de R$ 5,16 e R$ 58,24, respectivamente. O leitor interessado no tema, deve buscar mais elementos que podem ser encontrados no Programa NDDGreen Carbon.
Algumas referências:
* Renato Martini é Diretor-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), vinculado à Casa Civil da Presidência da República. E-mail: renato.martini@iti.gov.br

Entrevista: 'A ciberguerra já começou', com Eugene Kaspersky



15/09/2012 |
Redação
Veja
Um dos maiores especialistas em pragas virtuais, russo diz que ciberpiratas e governos comandam ataques na web e ameaçam infraestruturas nacionais
Aos 47 anos, o russo Yevgeny Kaspersky é um dos maiores especialistas do mundo em ameaças virtuais propagadas pela internet, em particular malwares, vírus dedicado a furtar dados de usuários de computadores e smartphones. Mais conhecido como Eugene, nome mais "amigável" no Ocidente, ele fundou e comanda a Kaspersky Lab, empresa que mais mais cresce no segmento de softwares de segurança: segundo a imprensa americana, a companhia fatura 600 milhões de dólares por ano com a venda de programas, instalados em cerca de 300 milhões de computadores em todo o planeta. Tanto sucesso rendeu a Kaspersky uma fortuna pessoal estimada de 700 milhões de dólares, o que o coloca em 137º lugar entre os homens mais ricos da Rússia. Em sua ascensão, ele adotou a imagem de um bon vivants: promoveu festas “históricas”, comprou uma das cotas de patrocínio da equipe de Fórmula 1 da Ferrari, e tornou-se conhecido o bastante nos países asiáticos a ponto de ser escalado para participar de uma propaganda de televisão ao lado do ator Jackie Chan. Em 2011, esse perfil atraiu a atenção de sequestradores, que mantiveram seu filho em cativeiro por diversos dias – até que o serviço secreto russo conseguiu localizá-los e capturá-los.
Libertar vítimas de sequestro não é trabalho da polícia secreta. Mas não é errado dizer que, nesse caso, eles ajudavam um dos seus. Kaspersky tinha 16 anos quando ingressou, no início da década de 1980, no Instituto de Criptografia, Telecomunicações e Ciência da Computação, instituição bancada pelo Ministério da Defesa da União Soviética e pela KGB. Formado, ingressou no Exército, onde permaneceu até o final da década de 90, quando obteve uma licença especial de desligamento para se dedicar ao tema que o havia cativado anos antes, quando um programa chamado Cascade travou as funções de seu computador: a análise dos vírus digitais. Como empresário, Kaspersky logo se reaproximou do governo. Isso não é surpresa. Assim como as grandes empresas americanas do setor, como a Symantec, têm no governo dos Estados Unidos um dos seus principais clientes, a Kaspersky é uma importante colaboradora dos serviços de segurança russos. Infelizmente, seu dono parece ser algo mais que um prestador de serviços. Em diversas entrevistas, Kaspersky já deixou transparecer que a internet lhe parece “livre demais” em sua capacidade de propagar ideias causadoras de agitação política – um ponto de vista compartilhado pelo regime linha-dura de Vladimir Putin.
Ideologia à parte, é certo que poucas pessoas no mundo são melhor equipadas que Kaspersky para compreender o potencial – e a dimensão política – do uso dos vírus de computador. Em maio deste ano, seu laboratório foi o responsável por quebrar o código do vírus Flame – programa que, segundo o jornal americano The Washington Post, foi desenvolvido pelos Estados Unidos como uma ferramenta para danificar sistemas de TI do Irã. (A tarefa de analisar o Flame não foi encomendada a Kaspersky pela Rússia, mas pela União Internacional de Telecomunicações, organismo das Nações Unidas dedicado a fomentar o desenvolvimento da internet). “Os governos já estão nesse jogo”, diz Kaspersky. “Com organização e dinheiro para gastar, não se pode excluir que grupos terroristas bem estruturados possam estar a um passo de ter acesso a tecnologias para invadir e interferir em redes de computadores para furtar dados ou paralisar infraestruturas nacionais.” Leia a seguir a primeira parte da entrevista que o especialista russo concedeu ao site de VEJA em seu escritório em Moscou. Na segunda parte, a ser publicada no domingo, Kaspersky fala sobre como os usuários de computadores e smartphones podem se defender de ameaças virtuais.
Em agosto, um supervírus de computador invadiu contas bancárias no Líbano. No ano passado, outro havia interrompido o funcionamento de centrais nucleares no Irã. Começou a ciberguerra? Sim. Nos últimos meses, temos visto uma onda de ataques, com ações cada vez mais complexas. Primeiro veio o Stuxnet, malware que descobrimos em maio de 2010. Depois vieram outros: o DuQu, em setembro do ano passado, o Flame, no começo de 2012, e o Gauss e o Shamoon, em agosto deste ano. Antes da chegada do Stuxnet, já prevíamos que malwares seriam usados para danificar a infraestrutura de alguns países, mas não imaginávamos que isso chegaria ao nível de complexidade atual. Cada um a seu tempo, esses malwares paralisaram as centrífugas nucleares irananas, segundo soubemos pela imprensa, roubaram dados bancários no Líbano e invadiram computadores de uma das maiores companhias de petróleo da Arábia Saudita, a Aramco.
Quial o grau de complexidade desses vírus? Muito grande. O Stuxnet, que já era um bocado complicado, era formado por um conjunto de módulos que ocupavam cerca de meio megabite de tamanho. Ele levou sete meses para ser completamente analisado e dissecado por um time de especialistas do Kaspersky Lab. O Flame tem 6 megabites: ou seja, é doze vezes maior e muito mais complexo. Tem uma dezena de módulos, cada um deles com uma função diferente: roubar dados, habilitar bluetooth para a transmissão de dados etc. Uma dezena de nossos analistas está estudando detalhadamente seu código e eles ainda não terminaram o serviço.
Como são desenvolvidas ameaças com tamanho grau de complexidade? Às custas de muito dinheiro, pago a engenheiros de computação bastante talentosos. Nenhum desses ataques foi obra de iniciantes. Forjar um certificado digital de autenticidade como o exibido, por exemplo, para o Flame, exige gastos em torno de 200.000 dólares. Segundo nossos analistas, seu código, complicadíssimo, foi escrito por vários programadores divididos em equipes e certamente levou meses para ser completado. O mesmo vale para o DuQu e para o Gauss. No caso do Stuxnet, por exemplo, li que se tratava de um projeto desenvolvido por engenheiros de computação americanos e israelenses. Sim, até mesmo governos estão entrando nesse jogo. Antes os malwares serviam apenas para viabilizar crimes financeiros; agora, há outros interesses por trás da sua criação.
Na sua opinião, terroristas poderão entrar logo nessa onda também? Tudo indica que sim. Com organização e dinheiro para gastar, não se pode excluir que grupos terroristas bem estruturados possam estar a um passo de ter acesso a tecnologias para invadir e interferir em redes de computadores para furtar dados ou paralisar infraestruturas nacionais. Talvez eles ainda não tenham encontrado os criminosos certos para ajudá-los.
Grandes cidades poderiam ter serviços essenciais paralisados pela ação de um vírus de computador? É possível. Acho até que já pode ter acontecido coisa do gênero. Em agosto de 2003, houve um corte de eletricidade em áreas dos Estados Unidos. Na época, pouca gente levantou a hipótese de um ataque de vírus de computadores, mas pode ter sido o caso. Como os computadores estão por trás do funcionamento de infraestruturas, é possível no futuro que ataques comandados por cibercriminosos atinjam o objetivo de paralisar linhas de produção, usinas de energia, aeroportos.
Aquele estereótipo de hackers movidos pelo exibicionismo, pelo desejo de mostrar que podiam furar barreiras de segurança, é coisa do passado? É uma página virada na história da computação, definitivamente. O cibercrime se transformou em uma atividade milionária e extremamente profissional. Quem imaginar que eles ainda são jovens exibicionistas, interessados em invadir sites por mera vontade de aparecer, encontrará um retrato muito diferente na vida real. A realidade são vírus, spywares ou programas maliciosos concebidos para fisgar e roubar senhas ou informações confidenciais de empresas, desviar dinheiro, fazer espionagem industrial, atacar a propriedade intelectual. São esquemas semelhantes aos de bandos do crime organizado.
Como esses esquemas funcionam? Normalmente, as quadrilhas que atuam na internet têm funções divididas, como os departamentos de uma corporação profissional e muito bem estruturada. Elas contratam engenheiros formados em computação e matemáticos talentosos. Muitos deles são formados por universidades chinesas ou russas.
Como esses criminosos se encontram? Na internet, em fóruns ou chats. As gangues sabem que, na rede, o que não falta é gente com formação e competência para exercer papéis diversos no mundo do crime. Há quem roube e venda listas com números de cartões de crédito, forje documentos ou credenciais, desenvolva programas para infectar e monitorar máquinas, capture contas bancárias ou dados pessoais e de empresas, lave dinheiro etc. As pessoas nem podem imaginar o tamanho do mercado negro que movimenta milhares de números de cartões de crédito, nomes de usuários e senhas.
Há muitos engenheiros de computação brasileiros trabalhando para o cibercrime? Sim. Já estive algumas vezes no Brasil, e mantemos um escritório e um especialista baseados em São Paulo: portanto, conheço a realidade do país. Sei que os hackers brasileiros são especialmente habilidosos para conceber vírus para ataques a bancos. Ameaças com códigos escritos em português estão no topo do ranking de malwares.
O senhor contrata hackers? Não. Há doze anos procuro bons especialistas em malware. O primeiro que recrutei, o romeno Costin Raiu, em 2000, trabalha na Kaspersky Lab até hoje e é um dos melhores analistas de ameaças que conheço. Eu o encontrei em um tour por países do Leste Europeu para estabelecer relações com profissionais. Depois vieram outros, como Sergey Golovanov e Aleks Gostev, russos, muito bons. Descobri Dmitri Bestuzhev, também russo, que tinha emigrado para o Equador e hoje é um dos responsáveis pela coordenação na área da América Latina. Recrutei ainda especialistas de primeira como o brasileiro Fabio Assolini e o argentino Jorge Mieres. Desde o começo, preferi prestar mais atenção ao lado técnico do que ao marketing.
A função de caçar malwares ainda é executada por esses talentos? Hoje, a maioria das ameaças a computadores é bloqueada por servidores, capazes de vasculhar milhões de dados por dia. Cerca de 97% dos malwares são bloqueados por eles. O resto, formado por malwares mais complexos ou novos, é estidadp por nossos 800 analistas aqui na Rússia e por especialistas que trabalham para nossa companhia espalhados pelos quatro cantos do mundo, em São Paulo inclusive. Não dormimos nunca.


Operação Wikipedia



15/09/2012 |
Alvaro Pereira Junior
Folha Online
É a glória. Depois de 11 anos buscando ser levada a sério, a Wikipedia, grande enciclopédia colaborativa da internet, consegue finalmente fincar pé no mundo da alta cultura. Esta semana, teve sua relevância admitida por ninguém menos que o americano Philip Roth, para muitos o maior romancista vivo.
Foi um reconhecimento um pouco torto, é verdade, mas legítimo mesmo assim. Roth reclamou em público da enciclopédia on-line. E ninguém, muito menos um escritor do porte dele, perde tempo chiando contra algo desimportante. Falou mal, mas falou da Wikipedia. Em uma longa carta aberta, no site da revista "New Yorker" (is.gd/UBRpON), Roth atacou o verbete sobre seu romance "A Marca Humana".
Segundo a Wikipedia, o protagonista, o professor universitário Coleman Silk, foi inspirado em um crítico de literatura chamado Anatole Broyard, figura manjada de Nova York. Errado, bradou Roth. Coleman Silk é, na verdade, Melvin Tumin, um sociólogo que foi seu colega na Universidade Princeton. Assim como Silk da ficção, Tumin caiu em desgraça por usar, em sala, uma palavra de duplo sentido que poderia ter conotação racista. Referindo-se a dois alunos que nunca tinham aparecido na aula, Tumin perguntou se eles existiam mesmo, ou eram "spooks". "Spook" quer dizer "assombração", mas também pode ser um modo grosseiro de se referir a negros. Tumin não sabia, porque nunca tinha visto os estudantes folgados, mas calhou de ambos serem negros.
A casa caiu, e recuperar a reputação foi um pesadelo de anos. Diante da certeza sobre quem inspirou seu personagem, Roth usou um intermediário para pedir a correção. A resposta da Wikipedia foi engraçada: "Admitimos que o próprio autor é quem conhece melhor sua obra, mas requeremos fontes secundárias". Daí a carta na "New Yorker", a repercussão etc. Fico imaginando que tipo de pessoa incluiu a informação errada.
Um espírito de porco que pretendia irritar Roth? Um desavisado que simplesmente copiou o dado incorreto de outro lugar? Ou um "supernerd" que juga conhecer a obra de Roth mais do que o próprio autor? É chute puro, mas fico com a última opção. Porque não fazia ideia de quem colaborava com a Wikipedia, até ler, em uma edição recente da revista "Piauí", a reportagem "Cooperação Conturbada", de Bernardo Esteves.
O autor descreve um universo, digamos, peculiar. "É espantoso o tempo e o investimento emocional que centenas de usuários dedicam ao projeto"", afirma o texto. Os "wikipedistas" brasileiros brigam, perseguem-se, recorrem a "tribunais" para decidir quem ganha a briga por determinado verbete. Enquadram-se na categoria de gente que o apresentador de TV Charlie Rose, numa entrevista com o fundador da Wikipedia, Jimmy Wales, disse "aspirar a um papel maior".
Assim, vemos que a Wikipedia transformou-se em meio de expressão para obcecados em geral. Eu, você, todo mundo conhece alguém que é uma enciclopédia ambulante. Que sabe tudo sobre as declinações da língua ucraniana, ou sobre as regras da pelota basca, ou domina a base teórica da ressonância magnética nuclear, ou recita de cor a lista de moluscos de água rasa em Okinawa (isso quando não entende de todos esses assuntos ao mesmo tempo). Se antes esses geninhos guardavam o conhecimento só para si, ou para um círculo mais próximo de ouvidos pacientes, agora podem desfilar sua sabedoria para o mundo, na Wikipedia.
E aí entra uma crítica forte ao empreendimento de Jimmy Wales: não pagar nenhum centavo a seus dedicados colaboradores. Ele se defende lembrando que a Wikipedia não visa lucro e vive de doações. Diferente, por exemplo, do "Huffington Post", que não pagava ninguém, mas deu muito dinheiro a sua criadora, Arianna Huffington. A outra crítica, claro, é a falta de confiabilidade da Wikipedia, por permitir que qualquer um seja colaborador. Em entrevista ao jornal inglês "Guardian", Wales deu uma resposta afiada. Lembrou que, durante muito tempo, a data do aniversário estava errada no verbete sobre ele próprio. E explicou: "Alguém copiou a data que estava na "Britannica", e a "Britannica" estava errada". Ou seja: não dá para confiar em informação de uma única fonte, ainda que seja a "Britannica". Ou que seja a poderosa Wikipedia, a enciclopédia contra a qual Philip Roth, o grande, decidiu que valia a pena brigar.


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Escola Livre de Cinema últimos dias de inscrições


Google censura The Pirate Bay em suas buscas instantâneas

 


10/09/2012 |
Redação
Exame

O Google incluiu de forma silenciosa o site de torrents The Pirate Bay em sua lista negra de palavras a serem omitidas em suas buscas instantâneas e no recurso autocompletar.

Agora, ao iniciar uma busca por um conteúdo publicado no site, o usuário precisa digitar todos os termos e adicionar o enter para obter os resultados.

No concorrente Bing, da Microsoft, o The Pirate Bay continua sendo exibido normalmente em ambos recursos.

No ano passado, o Google já havia excluído uma série de termos – como Megaupload, Rapidshare, torrent, uTorrent etc. – de sua ferramenta de busca instantânea e do recurso autocompletar.

A mudança foi feita após pressão de associações que representam estúdios de cinema e gravadoras.

No início do mês, o cofundador do TPB, Gottfrid Svartholm, foi preso no Cambodia.

O Cambodia não mantém acordos de extradição com a Suécia, onde Svartholm é acusado de crime de pirataria. Entretanto, seu advogado teme que a extradição aconteça, já que ele é um procurado internacional.

É hoje exposição Mate Com Angu dez anos


Feira de Trocas em Nova Iguaçu


terça-feira, 11 de setembro de 2012

Tomarock comemora nove anos

Um dos eventos de rock mais importantes da Baixada Fluminense comemora nove anos no próximo domingo. O Tomarock arrasta centenas de jovens que curtem o melhor do rock. O evento acontece neste domingo na Lira de Ouro.


O fabuloso destino de Amélie Poulain será exibido no Museu Ciência e Vida


Vale a pena assistir esse belo filme, que está sendo exibido em Duque de Caxias.

O fabuloso destino de Amélie Poulain -  Após deixar a vida de subúrbio que levava com a família, a inocente Amélie (Audrey Tautou) muda-se para o bairro parisiense de Montmartre, onde começa a trabalhar como garçonete. Certo dia encontra uma caixa escondida no banheiro de sua casa e, pensando que pertencesse ao antigo morador, decide procurá-lo ­ e é assim que encontra Dominique (Maurice Bénichou). Ao ver que ele chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e adquire uma nova visão do mundo. Então, a partir de pequenos gestos, ela passa a ajudar as pessoas que a rodeiam, vendo nisto um novo sentido para sua existência. Contudo, ainda sente falta de um grande amor. 

Classificação: recomendável para pessoas acima de 14 anos. Entrada Franca
Terça, quinta e domingo:  às 14:30
Sábado: às 13:30

* A entrada é gratuita. A senha é distribuída meia hora antes da sessão. 
      
    Atenção! A programação é passível de mudanças. Em caso de dúvidas, você pode entrar em contato pelo Fale Conosco ou por telefone: 2671-7797.

    Museu Ciência e Vida, Todos os direitos reservados.
    Rua Aílton da Costa, s/n - 25 de Agosto - Duque de Caxias - RJ - Tel.: 2671-7797
    De terça a sábado, das 09:00 às 17:00, Domingos e feriádos de 13:00 às 17:00



    Exposição reúne os tesouros do Museu Nacional em Duque de Caxias


    O Museu Ciência e Vida apresenta ao público “Tesouros do Museu Nacional”.  Nessa exposição, o visitante poderá conferir de perto coleções científicas formadas por insetos, moluscos, rochas e outros. Ao todo são 92 peças em três dimensões do acervo arqueológico e paleontológico do Museu Nacional.
    Da coleção egípcia, destaque para a estatueta do Deus Osíris. Outra atração é a réplica da cabeça de Luzia, considerado o mais antigo fóssil humano das Américas. Já na coleção dos invertebrados, um habitante do mar profundo surpreende a todos pelo seu tamanho. A espécie em questão é um Tatuí gigante. Esse animal pode alcançar até 45 cm de comprimento e pesar 1,7 kg.
    Além das peças, a exposição traz reproduções fotográficas da preguiça gigante, do meteorito de bendengó e do trono africano de Daomé.    Em cartaz a partir do dia 11 de setembro, no Museu Ciência e Vida em Duque de Caxias.  A entrada é gratuita.





    Exposição -  Tesouros do Museu Nacional
    A partir de 11 de setembro
    Local: Museu Ciência e Vida
    Endereço: Rua Aílton da Costa, s/nº.
    Horários: de segunda a sábado, das 9h às 17h; domingos e feriados, das 13h às 17h.
    Classificação etária: Livre
    Entrada Franca
    Agendamento Escolar ou grupos (acima de 15 de integrantes): (21) 2671-7797



    COLÓQUIO POLÍTICA, HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO E HISTÓRIA DA INFÂNCIA NAS CIDADES

    O CEPEMHEd com grande prazer convida a tod@s para uma tarde de conversa com as professoras VANISE DE CÁSSIA ARAUJO DUTRA, EDNA OLÍMPIA e o professor JOSÉ RICARDO SANTIAGO sobre "Filosofia com crianças em Duque de Caxias: converas sobre a experiência". Nosso Colóquio será realizado no dia 14 de setembro de 2012, no horário das 14h às 17h. Local: Sede do CRPH e do CEPEMHEd, Rua Benjamin Rocha Junior sem número, São Bento.


    9° FESTIVAL NACIONAL DE TEATRO DE DUQUE DE CAXIAS


    A Baixada Fluminense já respira os ares do 9º Festival Nacional de Teatro de Duque de Caxias, que será aberto oficialmente na sexta-feira (14), às 19h30, no Teatro Municipal Raul Cortez. Trinta e um espetáculos (16 adultos e 15 infantis) estão concorrendo entre 89 inscritos, através de grupos oriundos de vários estados, como o Rio de Janeiro, Ceará, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Representando Duque de Caxias, três grupos estão concorrendo: a Cia de Artes Popular, com um espetáculo infantil e outro adulto; a Cia Teatral Terceiro toque, com um infantil; e o Em Cena Sesi, com um espetáculo adulto.

    O Festival é promovido pela Secretaria de Cultura e Turismo e organizado pelo Centro de Pesquisas Teatrais (CPT). Todos os espetáculos, que serão apresentados até o dia 30, são gratuitos. As peças infantis acontecerão sempre às 15h e os adultos às 20h. Serão oferecidos prêmios em dinheiro ao primeiro, segundo e terceiro Melhor Espetáculo (respectivamente R$ 5.000, R$ 2.500 e R$ 1.500) e troféus ao Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atrizcoadjuvante, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem e Melhor Cenografia.

    Da abertura constarão apresentações e desfiles organizados pelo coreógrafo João Bosco e apresntação do espetáculo “Tribobó City”, com o CPT.
    Mais informações sobre o evento podem ser obtidas com os organizaadores, através  dos telefones (21) 2671-3056 ou 9202-3994 e 9854-8379, email cptdc@hotmail.com.


    Orquestra de câmara Cantilena Ensemble se apresenta em Duque de Caxias


    Orquestra de câmara paulistana formada por 9 músicos que contam a História do Brasil através da Música, remetendo cada canção ao seu período histórico através de imagens projetadas num telão. Nos intervalos das obras executadas, o jornalista e crítico musical Irineu Franco Perpétuo fará uma exposição procurando estabelecer maior ligação entre cada um dos períodos musicais, apresentando características particulares das partituras musicais.

     
    4ª Feira às 15h (1ª sessão ) e 19h (2ª sessão)
    ENTRADA FRANCA
    Limite: 440 lugares por sessão
    Classificação Livre


    Mobilidade Sonora em Duque de Caxias



    Projeto social e cultural, que tem por objetivo mobilizar plateias, contribuir para a formação de jovens profissionais, preservar a memória da música brasileira e internacional através de incentivos que possibilitem o surgimento de novos talentos. “Mobilidade Sonora” são concertos didáticos promovidos com pequenas apresentações sobre a vida e a obra de compositores clássicos e populares como: Vivaldi, Mozart, Villa-Lobos e Chiquinha Gonzaga.

    3ª Feira às 14:30
    ENTRADA FRANCA
    Agendamento de grupos/escolas no tel: 27713062 (440 lugares)
    Classificação Livre


    Raul Zelik: Revoluções Facebook?



    09/09/2012 |
    Raul Zelik - Revista Humboldt
    Portal Vermelho
    As mídias eletrônicas frequentemente são superestimadas, mas elas carregam potenciais contraditórios. Uma revisão a partir do caso da Colômbia.

    É lugar comum dizer que a mídia eletrônica e as redes sociais transformam a política e os movimentos sociais. Tuitar tornou-se uma forma de comunicação bastante disseminada. Em vários países europeus, os “piratas” fizeram surgir partidos que querem ampliar as novas possibilidades de comunicação eletrônica até o nível de um programa social, e as revoltas da Primavera Árabe chegaram a ser consideradas “revoluções Facebook”.
    Empatia nos encontros interpessoais
    Mas há boas razões para contrariar a euforia generalizada. Em entrevista (ao jornal basco Gara) alguns meses atrás, o teórico espanhol César Rendueles apontou para as incongruências do discurso. Segundo Rendueles, não associamos o século XIX à “revolução do jornal [ou do livro]” só porque as mídias de papel tiveram um papel central naquela época. Segundo ele, movimentos sociais não são gerados pelos meios tecnológicos por eles utilizados – nem no Norte da África, onde somente uma minoria da população tem acesso à Internet, nem na Europa.
    Rendueles, ele próprio um ativista do movimento espanhol 15-M, descreveu a nova onda de protesto em seu país como antitecnológica. “As pessoas saíram às ruas porque estavam fartas de se comunicar pela rede e de se insultar nos fóruns.” Neste sentido, os meios eletrônicos no caso do movimento 15-M ajudaram a combinar os protestos fora do âmbito de partidos e sindicatos. Mas não conseguem produzir empatia e solidariedade, características que definem o núcleo de qualquer movimento social. Empatia é um sentimento que continua aflorando no encontro interpessoal direto.
    Glorificação da tecnologia e determinismo histórico
    Neste sentido, o entusiasmo pelas redes sociais muitas vezes segue sendo estranhamente ingênuo. No passado, a esquerda marxista e seu “materialismo histórico” foram (justificadamente) acusados de reduzir a História a um mero processo mecânico, por derivar realidade social de desenvolvimentos tecnológicos. No momento em que Facebook e Twitter são alçados ao status de forças modeladoras da sociedade, este determinismo histórico, no entanto, volta com nova roupagem. Neste processo, não apenas se superestima o efeito das mídias, mas também se abre mão de qualquer tipo de crítica em relação às novas tecnologias.
    Pois, apesar das possibilidades participativas da Web 2.0, em que qualquer pessoa pode criar seu próprio blog ou sua própria página, o espaço eletrônico é tudo, menos uma estrutura isenta de relações de poder. Até na rede virtual, os grandes conglomerados da mídia e as grandes empresas têm bem mais chances de encontrar eco do que iniciativas de grupos de cidadãos ou de indivíduos. E os filtros de conteúdo viraram parte do cotidiano na rede – e já há muito não apenas nos países de governos autoritários. Empresas particulares como o Facebook usam a possibilidade de bloquear certas páginas ou de tirá-las de seus servidores, às vezes por razões políticas. A rede pode ser mais permeável do que as mídias tradicionais, mas isso não quer dizer que o espaço virtual esteja fora da sociedade.
    A prova dos nove: o caso da Colômbia
    Portanto, transformações políticas através de mídias eletrônicas precisam ser debatidas sempre a partir de exemplos concretos. Tomemos o caso da Colômbia: embora ali a taxa de pobreza continue elevada e a aquisição de equipamentos eletrônicos continue restrita a uma minoria, os novos meios de comunicação chegaram para ficar. Mesmo nos bairros pobres, a maioria da população já dispõe de telefones celulares que – equipados com chips pré-pagos – não garantem nenhuma liberdade de comunicação, porém acessibilidade (em relação aos patrões, às instâncias do governo ou amigos). É verdade que a maioria não tem acesso próprio a computador e Internet, mas pelo menos os mais jovens podem entrar na rede através de bibliotecas, universidades, escolas ou cibercafés. Apesar de todas as limitações, Facebook, Twitter ou YouTube, portanto, fazem parte integrante da realidade social.
    Os canais de comunicação da política se modificaram proporcionalmente. Isso se manifestou nitidamente na estratégia de comunicação do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe. Este político originário de Medellín, que durante oito anos conduziu o país num rumo de direita conservadora, utiliza-se das mídias eletrônicas desde o fim de seu governo, em meados de 2010, a fim de influenciar a situação política do país. Quase diariamente, Uribe tuíta diversos comentários breves para seus mais de 800 mil seguidores com duros ataques contra juízes, políticos ou jornalistas críticos. Suas mensagens através do Twitter provam que a forma tem efeito sobre o conteúdo, pois sua brevidade aguça ainda mais o tom agressivo do discurso de Uribe.
    Mobilização através da Internet
    Mas as mídias eletrônicas também abriram novas possibilidades para os movimentos de oposição. Assim, a campanha presidencial de 2010 do ex-prefeito verde de Bogotá, Antanas Mockus, não por último deve sua força mobilizadora às mídias eletrônicas. Como o Partido Verde da Colômbia só foi fundado pouco antes do início da campanha eleitoral sem um programa político genuíno, Mockus entrou na corrida praticamente sem qualquer organização partidária. A “onda verde” posta em marcha nas mídias eletrônicas (e apoiada por algumas grandes empresas de comunicação) impulsionou sua popularidade de forma inesperada e o transformou no principal candidato de oposição. Mockus se tornou símbolo de um movimento civil que clamava por uma alternativa aos aparatos partidários clientelistas. Sua campanha foi sustentada pela participação dos usuários da Internet que, na rede, tornaram-se cabos eleitorais, percebendo-se enquanto movimento civil.
    Este exemplo, no entanto, também aponta para os limites deste tipo de mobilização. O apoio nas mídias eletrônicas usadas (principalmente pelas camadas de classe média) somente se transformou em votos de forma restrita. Em última análise, a “onda verde” não teve chances contra as máquinas eleitorais dos grandes partidos. No segundo – e decisivo – turno eleitoral, o candidato dos partidos tradicionais, Juan Manuel Santos, obteve nove milhões de votos, enquanto seu opositor alternativo Mockus não passou de decepcionantes 3,5 milhões de votos. Neste sentido, seria possível afirmar que a “onda verde” permaneceu virtual – fenômeno midiático que, em primeira linha, seguia limitado às classes médias urbanas.
    O problema da campanha eleitoral nas mídias sociais também se revela através de outro aspecto: a mobilização via Internet permaneceu fugidia. O jovem Partido Verde foi “midiatizado” enquanto força da oposição, mas de fato não tinha condições de preencher o papel. Poucos meses depois da derrota eleitoral, as principais correntes do jovem partido de fato se desentenderam, enquanto seu ex-candidato Mockus até saiu do partido. Dessa maneira, os verdes colombianos também permaneceram “virtuais” no plano da organização. Mesmo assim, desenvolveram um efeito bastante real (e problemático): deslocaram outros movimentos de oposição, já mais consolidados, da opinião pública, até mesmo enfraquecendo dessa maneira a oposição política.
    Efeito ambivalente
    O terceiro exemplo de digitalização da política, finalmente, pode ser o movimento estudantil surgido em 2011. No final daquele ano, todas as universidades públicas fizeram greve contra a reforma da educação planejada pelo governo Santos com a finalidade de pressionar pela privatização e administração das faculdades como se fossem empresas. Depois de seis semanas de protestos, o governo Santos – tendo em vista a queda de popularidade de seu colega chileno Sebastián Piñera desencadeada por uma onda de protestos semelhante – viu-se obrigado a desistir da reforma.
    O movimento universitário colombiano também se baseou fundamentalmente nas mídias eletrônicas. Embora muitas universidades ficassem vazias depois do anúncio da greve e a maioria dos estudantes tivesse ficado em casa, graças às redes eletrônicas o movimento conseguiu mobilizar as pessoas com sucesso para assembleias gerais e levar centenas de milhares de pessoas para as ruas nos dias de protesto. Sem as redes sociais, portanto, o movimento teria decaído rapidamente. A comunicação digital permitiu àqueles que estavam em casa manter-se a par da situação e participar de ações pontuais. Mas até nesse aspecto o efeito da digitalização foi ambivalente. Se, de um lado, páginas do Facebook e blogs evitaram a derrocada do movimento e permitiram a coordenação dos protestos com outros movimentos latino-americanos, por outro também legitimaram a postura tendencialmente passiva da maioria dos estudantes. Somente uma pequena minoria participava das discussões e atividades diárias. Em última análise, as mídias digitais abriram mais portas para a delegação de trabalho e tarefas do que à participação.
    Chances… apesar dos riscos
    Estes exemplos tornam claro que, como qualquer outra tecnologia, as mídias digitais carregam em si potenciais contraditórios. Possibilitam a participação, processos decisórios mais horizontais e formas de organização mais “fluidas”, mas contêm também o risco de limitar a participação a atos virtuais, impedindo processos de discussão e organização mais sustentados. Como sempre, depende das próprias pessoas envolvidas, das condições sociais e dos movimentos civis quais desses potenciais se desenvolvem com mais força. As mídias eletrônicas escancaram as portas rumo a uma real democratização da sociedade, para além dos limites de Congresso, partidos políticos e expertise tecnocrática, mas promovem também a fragmentação, a despolitização e a superficialidade. Para que os movimentos da sociedade civil possam se aproveitar produtivamente das possibilidades, elas precisam ir ao encontro das novas oportunidades, sem confiar cegamente nelas. Em primeiro lugar, como tantas outras vezes, está a capacidade crítica. Só quem compreende o jogo de poder que existe na tecnologia pode se aproveitar dela no sentido da emancipação.
    * Raul Zelik (1968, Munique), é escritor e professor de Ciências Políticas da Universidade Nacional da Colômbia. É autor de vários livros de não ficção, bem como de literatura ficcional e de reportagens radiofônicas. Em 2011 foram lançados seu romance El amigo armado e seu livro de ensaios Nach dem Kapitalismus. Perspektiven der Emanzipation.

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