A Baixada Fluminense
grande região periférica e tida por muitas décadas como área dormitório da
cidade do Rio de Janeiro, tem sua formação ligada à migração de contingentes populacionais
vindos de todas as partes do Brasil na busca de uma melhor qualidade de vida.
Hoje sua geografia é dividida em 12 Municípios (Nova Iguaçu, São João de Meriti,
Duque de Caxias, Nilópolis , Mesquita,
Paracambi, Queimados, Japeri, Seropédica, Guapimirim, Magé e Belford Roxo) com
cerca de 3.358.023 milhões de habitantes.
Historicamente sempre conviveu sob os
estigmas da pobreza, da violência e da ausência de políticas públicas.
Quando falamos de
invisibilidade territorial temos a percepção dos estigmas perpetuados nos seres
invisíveis, seja pela indiferença, seja pelo preconceito que nos leva a
compreender que tal fenômeno atinge tão somente aqueles que estão à margem da
sociedade. Há varias formas de invisibilidade social: econômica, racial,
sexual, etária, entre outras. Várias pesquisas apontam que a agressão maior ao
morador de rua, na sua ótica, não é pela sua condição econômica, mas sim, sua
invisibilidade social, pois ao ser tratado como mais um objeto na paisagem
urbana o seu processo de desumanização atinge a sua totalidade.
Tradicionalmente a
atividade cultural e artística na região tem se caracterizado por ações
autônomas, sem quase nenhum apoio técnico e financeiro, por parte das
estruturas públicas e/ou privadas sejam ou não da área da Cultura. Nem por isso
essas atividades deixaram de existir e quase sempre são protagonizadas e
promovidas pela Juventude. Atualmente temos diversas ações desde festivais de
teatro e dança de valor regional, estadual e nacional, variedades de eventos
afirmativos com viés cultural, eventos e festivais de musicas, cultura hip-hop,
rock, reggae, samba, com inúmeros grupos de importância nacional e uma
infinidade de mestres e culturas tradicionais em seu territótio. Além disto, a
região da Baixada Fluminense conta com o segundo carnaval do Estado do Rio de Janeiro,
diverso Pontos de Culturas formados na última década que de forma autônoma
existem e persistem na contra mão da falta de políticas, incentivos e
financiamentos públicos tanto na esfera municipal como nas esferas estadual e
federal.
È desta forma o território da Baixada
Fluminense vem sendo tratado ao longo da sua historia, e por isso, o programa
Brasil Próximo baseados nos documentários “Quem se importa” de Mara Mourão (que se tornou um movimento de
inspiração para ações transformadoras) e “Nunca
fui, mas me disseram” de alunos do
Curso de Produção Cultural da IFRJ do Campus de Nilópolis (sobre o visão que
não moradores da região tem sobre ela) lança ação afirmativa intitulada “Quem te viu? Quem te vê? - Virada Cultural da Baixada.”
Esta ação tem como propostas estabelecer uma provocação e possibilitar reflexões e ações sobre pautas revindicadas
historicamente pelos agentes socioculturais da região como: a descentralização
tanto administrativa como financeira dos recursos do Estado para região, a construção
de aparelhos socioculturais, políticas de desenvolvimento regional em todos as áreas
e centros locais de formação profissional
na áreas da Artes e Cultura.
Para nós do Programa Brasil Próximo,
além destas pautas, apontamos a necessidade prioritária de efetivação neste território
de políticas públicas focadas na e para Juventude encarando-a como agente
transformador da sociedade. O Programa tem como eixo o mapeamento de entidades
e ações culturais promovidas ou destinadas aos jovens em toda região e vem,
percebendo a necessidade de fomentar esta discussão para alem deste território
visando toda sociedade fluminense.
“Quem te viu? Quem te vê? -
Virada Cultural da Baixada tem a previsão de acontecer até no máximo a segunda
semana de dezembro de 2013 como uma programação vasta envolvendo apresentações artísticas,
feiras e intervenções reflexivas -”Bate-papos Culturais” sendo realizada num
dia a partir das 18hs até as 06hs da manha de outro.
Assim afirmamos:
1) A consolidação de um Fórum Permanente de Entidades e
Agentes Culturais da região.
2) A Descentralização Financeira (Orçamento) e Administrativa
da maquina estadual com foco regional.
3) A continuação de nossa ação com Observatório Baixada de Políticas
Públicas para Cultura e Juventude.
3) Adesão imediata do Governo do Estado ao Sistema Nacional
de Cultura.
4) Criação de Fundo Estadual especifico para Desenvolvimento
Cultural Regional.
5) Centros de Formação profissional na áreas das Artes e
Cultura na Baixada Fluminense e nas outras regiões do estado.
6) Continuação, ampliação e efetivação do Programa Estadual
Cultura Viva viabilizando novos editais para Pontos de Cultura em todo estado.
7) Criação de Programa Estadual para construção de Centros
Culturais nos municípios.
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