A cidade perdeu um grande educador que sempre esteve a frente de grandes iniciativas em nossa cidade, que ele adotou no coração o querido Professor Paulo Christiano Mainhard, fundador e presidente da Associação dos Amigos do Instituto Histórico, que nos deixou ontem.
Professor Paulo Mainhard era um grande amigo e deixará muitas saudades pela pessoa que sempre foi e das lutas que travou em prol de nossa Baixada e da educação.
Segue abaixo texto reproduzido do facebook da ASAMIH sobre o eterno mestre, contando sua história e trajetória na cidade, que foi enviado para a professora Tânia Amaro, à época que foi homenageado com o Título Cidadão Duquecaxiense por meio da Câmara Municipal de Duque de Caxias.
Texto extraído do facebook da ASAMIH.
----- Mensagem encaminhada -----
De: Paulo Christiano Mainhard
Para: Instituto Histórico
Enviada: Quinta-feira, 29 de Maio de 2014 14:49
Assunto: CURRÍCULO
De: Paulo Christiano Mainhard
Para: Instituto Histórico
Enviada: Quinta-feira, 29 de Maio de 2014 14:49
Assunto: CURRÍCULO
Prezada Profª Tania,
Como falamos, envio-lhe o meu modesto currículo. Sinto-me muito honrado ao ser indicado a Cidadão Duquecaxiense pelo Presidente desse Casa Legislativa.
Embora oficialmente esteja ligado e trabalhando em Caxias a partir de 1973, desde 1961 visito a cidade e participo de suas atividades.
Em 1972, quando o Pastor José de Souza Herdy (com quem já havia trabalhado em Minas e no Espírito Santo) estava criando a AFE, tive o privilégio de ter o meu nome aprovado pelo Conselho Federal de Educação para fazer parte do primeiro grupo que integrou a Faculdade de Educação da AFE.
Em 1978 ou 1979, quando me encontrava na Direção Acadêmica do Instituto Metodista Bennett, fui convidado pelo Pastor Herdy para assumir a Direção da Faculdade de Educação e Letras da AFE, em substituição ao Prof. Portela, que se afastara do cargo. Em virtude do compromisso que já havia assumido com o Bennett, não aceitei o honroso convite. Curioso, e disso deve haver registro, que até convites foram expedidos para a minha frustrada posse, na ocasião.
Em 1985, saí do Bennett e decidi candidatar-me ao magistério superior de uma universidade pública. A primeira oportunidade que surgiu foi para a Faculdade de Educação da UERJ e ao inscrever-me fui informado que a vaga para a qual concorreria era para o Curso de Pedagogia de... CAXIAS. Era o meu destino. Fiz o concurso e aprovado em primeiro lugar, tomei posse no antigo Curso, que funcionava junto ao Instituto de Educação de Caxias, em outubro de 1985.
Em 1986, convidado pela Reitoria da UERJ, assumi a Coordenação do Curso e, a seguir, juntamente com colegas professores e funcionários e alunos do Curso, enfrentamos uma luta renhida que reivindicava a transformação do curso em unidade universitária. Lutávamos por uma autonomia que nos permitisse criar em Caxias uma verdadeira unidade acadêmica, com identidade própria e comprometida com a Baixada Fluminense. Queríamos mais e mais, e mais cursos e falávamos até em uma Universidade Estadual da Baixada Fluminense. A luta foi insana: passeatas (inclusive pela Brigadeiro, fechando o trânsito), reuniões infindas, às vezes "brigas"e muita mobilização.
Em 1987, a UERJ abriu processo para criação da nova unidade. A burocracia era e é longa. Já no fim de 1987, início de 1988, o Conselho de Ensino e Pesquisa aprovou a duras penas a criação da unidade, após um empate decidido pelo voto de minerva do Reitor, muito contestado pelos que eram contra a nova Faculdade. Havia forte corrente, elitista, que julgava ser a UERJ uma instituição da "elite" (?) do município da cidade do Rio de Janeiro. E muitos duvidavam pudéssemos construir nas “mal faladas” Caxias e Baixada Fluminense uma unidade universitária séria e consistente...
Em 1987, a UERJ abriu processo para criação da nova unidade. A burocracia era e é longa. Já no fim de 1987, início de 1988, o Conselho de Ensino e Pesquisa aprovou a duras penas a criação da unidade, após um empate decidido pelo voto de minerva do Reitor, muito contestado pelos que eram contra a nova Faculdade. Havia forte corrente, elitista, que julgava ser a UERJ uma instituição da "elite" (?) do município da cidade do Rio de Janeiro. E muitos duvidavam pudéssemos construir nas “mal faladas” Caxias e Baixada Fluminense uma unidade universitária séria e consistente...
Vencida a primeira etapa, mas ainda não ganha a guerra, que dependia de aprovação do Conselho Universitário, realizamos no primeiro semestre de 1988, memorável Seminário, com participação de toda a comunidade acadêmica, para definição de pontos importantes. Um deles era a escolha do nome da novel unidade, que alguns queriam se chamasse Faculdade de Educação II da UERJ. Apresentei proposta, ao final vitoriosa, para que adotássemos o nome de FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA BAIXADA FLUMINENSE, como reafirmação do nosso compromisso com a região. Humildemente conto, principalmente para reafirmar o meu compromisso com a Caxias e toda a Baixada Fluminense.
Finalmente, em 09.11.1988, em reunião inédita do Conselho Universitário da UERJ, realizada no Auditório do IEGRS (foi a primeira e única vez, até agora, que o CONSUNI se reuniu fora do campus do Maracanã), foi aprovada a criação da nova Unidade Acadêmica, ficando a comunidade incumbida de eleger em dezembro o primeiro Diretor da novel Faculdade de Educação da Baixada Fluminense.
Tive o privilégio de ser unanimente eleito primeiro Diretor, para um mandato tampão de 3 anos (1989, 1990, 1991). Após o meu primeiro mandato, foi eleito para dirigir a Faculdade o Prof. José Reynaldo Ciâncio Marino.
Em 1995, nova eleição, para o mandato de 1996 a 1999. Embora resistindo, fui feito candidato único e eleito. Na ocasião apresentei uma plataforma com 3 itens, a saber: 1) Obter junto ao Estado e à UERJ um prédio próprio para instalação da FEBF, que funcionava precariamente no IEGRS; 2) Incorporação ao quadro da UERJ dos professores que trabalhavam na Faculdade e pertenciam ao Estado: e, 3) reformulação do currículo do Curso de Pedagogia, à época ultrapassado.
Consegui realizar os 3 objetivos, sendo que no caso do prédio, o Estado nos cedeu, em 1997, o CIEP da Vila São Luiz, onde a Faculdade funciona até hoje, o que permitiu que criássemos dois novos cursos de graduação (Geografia e Matemática) e um importante programa de Pós-Graduação representado, principalmente, pelo Curso de Mestrado em Educação, voltado para o estudo da educação nas periferias urbanas. O novo espaço ensejou ainda novas e importantes iniciativas na área da Informática aplicada à educação, criação de uma rádio comunitária e um expressivo desenvolvimento na área da pesquisa.
Quando terminei o meu segundo mandato na Direção da Faculdade, assumi a Coordenação do PINBA (Programa Integrado de Pesquisas e Cooperação Técnica na Baixada Fluminense), onde permaneci até 2008, quando me aposentei. Inúmeras foram as nossas iniciativas, sendo que destacaria a iniciativa do PINBA, em conjunto com o IPAHB, para realização, no fim do ano 2000, de grande seminário que reunião a comunidade dedicada à cultura, na Baixada Fluminense, culminando com a criação do FÓRUM CULTURAL DA BAIXADA FLUMINENSE, do DIA DA BAIXADA FLUMINENSE (30 de abril) e aprovação da CARTA CULTURAL DA BAIXADA FLUMINENSE.
Mais tarde, o Fórum criou o PRÊMIO CULTURAL BAIXADA FLUMINENSE (ou simplesmente o PRÊMIO BAIXADA), distribuído anualmente. Hoje o DIA DA BAIXADA faz parte do Calendário Oficial do Estado e, independentemente do nosso esforço, é comemorado com entusiasmo em toda a região.
Hoje, encontro-me aposentado da UERJ (mas ainda desenvolvendo modesto trabalho na Universidade). Embora a idade já provecta, continuo empenhado, dentro das minhas forças, em contribuir, no que posso, para o desenvolvimento da educação e da cultura em Caxias e na Baixada.
Concluindo, peço-lhe perdoar-me pela extensão dessas linhas, mas o estou fazendo apenas para reafirmar os meus compromissos com a educação, com a cultura, com a Baixada Fluminense e sobretudo com CAXIAS.
Com o meu abraço,
Paulo Christiano Mainhardi
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