terça-feira, 8 de outubro de 2013

Desdobramentos Gráficos tem participação do artista caxiense Lippe

Projeto Desdobramentos Gráficos
Esta exposição faz parte de um projeto que surge da parceria entre uma galeria de arte (Graphos:Brasil) e um estúdio de impressão de obra gráfica (Estúido Baren), unindo esforços para proporcionar a artistas o ambiente e as ferramentas necessários para que a criação e a experimentação não encontrem barreiras e possam fluir livremente. A ideia apareceu a partir das primeiras experiências com xilogravura realizadas pelo artista Marcelo Macedo no Estúdio Baren. Durante o desenvolvimento dessas obras, veio a vontade de ampliar o projeto, convidando outros jovens artistas a participarem dessa aventura gráfica. A Graphos:Brasil propôs então a criação de um grupo de quatro artistas de diferentes áreas e linguagens, que disporiam do mesmo ambiente de pesquisa e experimentação com o desafio de criar uma obra gráfica que pudesse surpreender e trazer um novo olhar sobre a gravura. Demian Jacob, Flavio Samelo, Lippe e Marcelo Macedo desenvolveram, cada um, uma série de obras gráficas que, apesar de sua diversidade, permitem apreciar um denominador comum: seguem de alguma forma a tradição da gravura, mas buscam ao mesmo tempo ultrapassar os limites impostos pela técnica, dando um passo à frente em busca de uma linguagem própria. Demian usa a fotogravura para criar uma colagem fotográfica que parte da fragmentação de matrizes de fotopolímero. Deste modo recria a linguagem de seus fotogramas, onde se apropria de efeitos produzidos pelos filmes fotográficos vencidos ou semivelados. Surge então uma atmosfera nebulosa com uma palheta de cor inconfundível que tinge suas paisagens urbanas que invadem ou são invadidas por trechos de natureza. Samelo, por sua vez, lança mão de sobreposições de cores pigmentos com matrizes de alumínio recortadas, impressas como litografias. Essas matrizes em formas geométricas – uma quadrada e outra triangular –, sobrepostas repetidas vezes, multiplicam-se em outras formas e cores, traduzindo assim uma busca do artista pela recriação das cores do espectro da luz. Lippe encontra na fotogravura e no pochoir as ferramentas técnicas para transpor para a linguagem da gravura sua série sobre a diáspora africana, utilizando imagens colhidas na web de escravos africanos feitas pelo fotógrafo Alberto Henschel, e modificando-as digitalmente. Quando transpostas para a matriz e impressas no papel de algodão com tinta óleo, essas imagens surgem num lusco-fusco, revelando-se em meio a suas sombras. Marcelo trabalha a xilogravura utilizando recursos da escultura em madeira, meio onde já vem desenvolvendo uma linguagem consistente e própria. Recorta com a serra diferentes formas dentro do compensado criando peças separadas,o que permite a impressão de diferentes tonalidades de cores juntas numa única impressão. Das “figuras” centrais que aparecem nas três peças criadas pelo artista, destacam-se estranhas formas geométricas que, ao serem recortadas do fundo, transformam-se em dobraduras que dão origem a sólidos poligonais. Estas formas tridimensionais levam consigo a textura da xilogravura, remetendo a antigas peças de madeira pintadas. Partindo da xilogravura, da fotografia, da gravura em metal ou da litografia, no processo criativo orgânico em que cada artista mergulhou, foram surgindo novos desdobramentos das ideias iniciais, levando a resultados inesperados, que poderão ser apreciados nessa mostra coletiva. João Sánchez Editor e impressor do Estúdio Baren Desdobramentos Gráficos Demian Jacob Lippe Flavio Samelo Marcelo Macedo Graphos:Brasil x Estúdio Baren Local: Graphos SA Rua Siqueira Campos, 143, sobreloja 11 - Copacabana

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