- 17/04/2012 |
- Nahima Maciel
- Correio Braziliense Online
Em debate sobre novas tecnologias na 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, o sociólogo Sérgio Amadeu e Marcelo Branco, representante do movimento pelo software livre, contaram com auditório lotado para ouvir as considerações sobre o mundo contemporâneo e a internet. "As redes sociais não vieram para desorganizar os velhos modos de comunicação, elas vão reformatar os velhos modos de comunicação", garante Amadeu, que defende a liberdade total no uso dos softwares como forma de não deixar que a indústria se aproprie das memórias das sociedades contemporâneas.
Marcelo Branco também defendeu a liberdade no uso de conteúdos, especialmente de músicas. Para ele, a indústria fonográfica era uma intermediária entre o artista e o público e se beneficiava da comercialização em detrimento dos criadores. Hoje, ele acredita, não há mais espaço para essa indústria. "Era um modelo injusto proque os criadores perdiam o direito sobre suas criações. Eles precisavam ceder os direitos para a indústria", diz Branco. "Estudos da London School of Economics dizem que essa prática (de download de músicas) não está afetando a receita dos criadores."
A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, foi alvo de críticas durante toda a palestra. A retirada do selo do Creative Commons do site do MinC no início da gestão da ministra é um sinal de alinhamento do órgão com a indústria fonográfica. O cineasta Jean-Claude Carrière , parceiro de Umberto Eco na autorira de Não contem com o fim do livro , gravou vídeo especialmente para a Bienal. Na fala, Carrère defende que não há diferenças entre o livro escrito e o livro digital.
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