quarta-feira, 30 de abril de 2014

Salve a Baixada Fluminense

Reproduzo no meu blog, o texto do Professor Celso Pansera.
Fonte: www.celsopansera.com.br

Quase 4 milhões de moradores comemoram, hoje, o Dia da Baixada Fluminense

Em 30 de abril de 1854 era inaugurada a primeira estrada de ferro do Brasil, que ligava Magé ao pé da Serra de Petrópolis.


Mais do que uma referência no calendário, o Dia da Baixada Fluminense, que se comemora hoje, 30 de abril, é um acontecimento festivo e de muita reflexão para os quase 4 milhões de moradores de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo, Queimados, Mesquita, Magé, Guapimirim, Japeri, Paracambi, Seropédica e Itaguaí. O conjunto de municípios concentra uma população que, em média, tem renda familiar de até dois salários mínimos, é negra, jovem e feminina em sua maioria.  A grande concentração populacional espera dias de mais bem-estar e oportunidades para todos.
Resultado de uma ação da sociedade civil que se organiza cada vez mais e da articulação do movimento cultural da região, o evento histórico marcante do dia 30 de abril se transformou na Lei Estadual 3.822/2002, e é comemorado, hoje, em praticamente todas as cidades. São realizadas numerosas atividades sócio-culturais para conscientizar a população da região, e de outras localidades da importância histórico, econômica, sócio- cultural da Baixada para a construção do Brasil. Shows, ações sociais, espetáculos teatrais, sessões de cinema, encontros e debates fazem parte da programação preparada por instituições e produtores culturais.
Promotores culturais e historiadores destacam que, mais do que uma ação afirmativa da região, em reforço da importância desse populoso território para o estado, o Dia da Baixada Fluminense é uma marca da autoestima sempre crescente entre os quase 4 milhões de habitantes, apesar das desigualdades sociais, grandes problemas de saneamento, precariedade de abastecimento de água, grande número de desempregados, carência de escolas e atendimento à saúde.
Em 30 de abril de 1854 era inaugurada a primeira estrada de ferro do Brasil, que ligava Magé ao pé da Serra de Petrópolis. A região era passagem da realeza, do ouro vindo das Minas Gerais, de cultivo de laranja e cana-de-açúcar e mineração. Na segunda metade do século XX, municípios foram sendo criados e outros desmembrados. A Baixada, porém, exercia um papel de periferia ao lado do Rio de Janeiro.
Ao longo da História, Ela tem convivido com a ausência de uma política de desenvolvimento econômico planejada, visando estimular e aproveitar seu potencial. No correr dos anos, os municípios se tornaram pontos de chegada de migrantes, em especial do Nordeste, e cidades-dormitório, abrigo de operários que se dirigiam à capital – distante 40 quilômetros – para o trabalho diário.  A violência se tornou coisa comum.
O Programa Observatório das Metrópoles, do IPPUR/UFRJ e ONG Fase, tem acompanhado há mais de 40 anos a realidade sócio-econômica da região. Segundo suas análises, a maior parte dos investimentos em programas para a região é em infraestrutura urbana e saneamento ambiental. Recursos aplicados na região por diferentes governos estaduais chegam a somar, desde a década de 70, mais de 3 bilhões de reais, sem, no entanto, assegurar efetivamente à população o acesso universal ao saneamento ambiental, à habitação e ao meio ambiente. As melhorias reais tem sido lentas, com intermitência de programas, muitos implementados sem um diagnóstico real das necessidades e sem articulação entre prefeituras e governo estadual para manutenção de investimentos.
Mudança à vista. Nas eleições de 2012, Duque de Caxias elegeu prefeito um de seus filhos, Alexandre Cardoso.  Cinco vezes deputado federal, duas vezes deputado estadual e ex-secretário de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos e ex-secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, ele implantou na administração pública uma política planejada e voltada para o desenvolvimento econômico e social do município. Contando também com uma excelente articulação com os governos da presidenta Dilma Rousseff e do governador Sérgio Cabral e de seu sucessor no Palácio Guanabara, Luiz Fernando Pezão, Alexandre Cardoso mostrou o rumo daquele que pode ser o futuro de progresso e mais bem-estar dos moradores da Baixada.
A catástrofe ambiental que desabrigou famílias, destruiu casas, ruas e pontes, em Xerém, teve seus nefastos resultados enfrentados com rapidez e determinação. Recursos têm chegado sem parar a Duque de Caxias.  São construções de imóveis populares do programa Minha Casa Minha Vida, asfaltamento de dezenas de ruas pelo programa Bairro Novo, implantação de UPP, inauguração da primeira UPA infantil do Brasil e convênios para obras de saneamento e infraestrutura com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente.
Com a breve inauguração do Arco Metropolitano, a proximidade geográfica com a área do Pré-Sal e a realização de grandes eventos esportivos na capital, Duque de Caxias teve aumentado seu valor estratégico para o desenvolvimento econômico local e do estado. Grandes empresas, como a Coca-Cola, Rolls-Royce e Arcelor-Mittal chegam à cidade para a construção de grandes unidades fabris. O mesmo se dá nos outros municípios da Baixada.


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