A
vida de Basquiat na visão de um brasileiro radicado na Alemanha.
Assim como Amy Winehouse, Jimi Hendrix, Jim Morrison, Brian Jones,
Janis Joplin, Kurt Cobain, e outros ícones, o artista plástico Jean-Michel
Basquiat (1960-1988) pertence ao seleto “Clube dos 27”, clube este composto por
artistas que por uma trágica coincidência foram encontrados mortos aos 27 anos,
sozinhos em casa ou em quartos de hotel.
Basquiat, primeiro pintor negro considerado
importante para a história da Arte, teve uma vida breve, porém intensa. Namorou
Madonna, foi amigo íntimo de Andy Warhol e tornou-se o mais
jovem artista da famosa exposição Dokumenta. Morreu de overdose, só,
no auge da carreira, em seu ateliê em 1988.
Inspirado na vida e na obra do pintor, JEAN –
Terá sua estreia nacional na 25ª edição
do Festival de Teatro de Curitiba.
Sozinho
em cena, o ator Alex Mello, que
assina texto e direção, mostra
diversos momentos da vida do artista: a infância, o universo escolar, o racismo
e a exclusão ao qual é submetido. A adolescência, a vida nas ruas, o contato
com as drogas e a rebeldia traduzida através da música e do grafite e, já
adulto, o reconhecimento como pintor, sua relação com a fama e a solidão. A
inspiração para o título da peça é uma referência direta aos quadros “diários”
de Basquiat, que começou grafitando os muros de Nova York e ganhou as salas dos
grandes museus de todo o mundo.
A montagem procura unir fatos marcantes da vida dos dois: Alex, um
ator negro que vive em um país estrangeiro, e o pintor de origens
porto-riquenha e haitiana que se tornou um dos maiores nomes da arte
contemporânea.
Há 10 anos radicado na Alemanha, o ator brasileiro Alex
Mello, nascido e criado em Duque de Caxias na Baixada Fluminense, no
Rio de Janeiro, teve a ideia para a peça após ser convidado pelo fotógrafo
alemão Kai Joachim para fazer uma sessão de fotos em homenagem aos 50 anos de
nascimento de Basquiat. Ele pesquisou sobre a vida do artista e encontrou
semelhanças entre as suas trajetórias. “Os temas que ele traz são muito atuais:
solidão, consumismo, violência e racismo. Tive necessidade de falar desse
Basquiat que pode estar em Nova Iguaçu, Nova York ou Neukölln em Berlim”, destaca Alex Mello.
A encenação tem como ambientação cenográfica o
ateliê do artista, onde ele apresenta seus conflitos, desejos, medos,
frustrações e ambições. Uma tela em branco no centro da arena, apresenta-se como símbolo para o jogo cênico
que será estabelecido. É neste vazio que o personagem, um homem em estado de
alerta constante, precisa pintar um quadro, tenha ou não inspiração. Afinal, o
marchand aguarda mais uma obra de sucesso e o pressiona de toda forma a
entregar o quadro pronto o quanto antes. Trava-se
aí um jogo decisivo entre a realidade e o imaginário. “É ao longo deste
vertiginoso dia de trabalho, véspera de seu aniversário de 28 anos, que a
personagem repassa sua vida, como que em um acerto final de contas”, completa o
ator.
O
espetáculo teve sua estreia oficial em 2015, no galeria de arte urbana
Kunstbruder, na cidade de Köln, na Alemanha.
Ficha
técnica:
Concepção,
dramaturgia e performance: Alex Mello
Assistente
geral: Maurício Virgens
Concepção
Cenário e Figurino: Oliver Giorgi
Trilha
Sonora: Maurício Virgens e Alex Mello
Consultoria
técnica e musical: Daniel Katz
Iluminação:
Michele Hövelmanns
Pesquisa
corporal: Parisa Karimi
Ensaiadora:
Sabine Müller-Nordhoff
Fotos:
Kai Joachim
Design
gráfico: Danilo Corrêa
Pesquisa:
Dennis Thies
Realização:
Mellodrama
Serviço:
Espetáculo:
Jean
Duração: 60
minutos
Ingressos:
Inteira R$ 20,00 / meia entrada R$ 10,00
Dia : 06 de
Abril
Horário:
19:30h
Local:
Teatro Municipal Raul Cortez
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