Reisado Flor do Oriente, a sobrevivência da tradição na era moderna

A folia de reis Reisado Flor do Oriente carrega consigo a tradição de uma bandeira, que vem sendo mantida pelo mestre Rogério e sua família, a mais de cem anos, esse é o segundo ano que chego na sua sede, antes de começar o cortejo que sai pelas ruas do bairro Vila Rosário. 

Como cheguei antes, acompanho de perto a preparação dos seus membros, que vão chegando aos poucos, tomando banho e se arrumando, como se fosse um ritual.

As crianças se divertem, com todo o movimento, "É dia de festa", pode-se perceber no olhar de cada rosto o encantamento que vai tomando conta delas, isso, de certa forma, nos dá a garantia de que a tradição será mantida, passando oralmente de geração para geração.

Os adolescentes também se preparam, uniformizados pegam seus instrumentos, que geralmente é de percussão, alguns improvisam uma batida funk, de repente está todo salão dançando, que param imediatamente de tocar após o apito do mestre Rogério. 

Os mais velhos, são os responsáveis pela harmonia, com o acordeom e os instrumentos de corda, que são afinados no tom do mestre.

A folia está pronta, enfileirada, Leonor, mais conhecida como Nora, pega a bandeira que tem uma imagem de São Sebastião, ela é o objeto sagrado da folia, que leva a mensagem referente a chegada dos Santos Reis. A bandeira é decorada com traços modernos, lâmpadas de led cor rosa, que iluminam a noite das ruas da Vila Rosário.

E assim a tradição vai se mantendo, bebendo de outras fontes e formando um caldeirão cultural híbrido para sua sobrevivência.

A folia ganha as ruas como um carnaval, arrastando o povo e tirando as pessoas de casa para os verem  passar.

Os traços do folclore vão se modificando, novos elementos são inseridos, com isso ganha o encantamento dos mais jovens que se entregam, e literalmente vestem a camisa do Reisado Flor do Oriente.