Cinquenta
anos depois o documentário 1.9.6.2 O ANO DO SAQUE quer de volta o povo na rua.
Isso mesmo,
aconteceu a cinquenta anos atrás um evento singular para a história de Duque de
Caxias: o povo saiu as ruas e saqueou produtos alimentícios dos supermercardos,
padarias e armazéns. O evento ficou conhecido popularmente de “Quebra-Quebra”.
O ano era de mil
novecentos e sessenta e dois e existia uma tentativa de saque ao poder por
parte das elites. Com a crise instalada no ano anterior pela renúncia de Jânio
Quadros e a posse de João Goulart (Jango) o dilema politico do ano de 1962 era
o confronto parlamentarismo-presidencialismo.
No dia que
aconteceu o Saque havia também uma greve geral no país incentivada pelos
sindicatos que eram pró-presidencialismo. Todo o sistema de transporte estava
parado. De Duque de Caxias só existiam dois modos de se chegar a antiga Capital,
ou pela linha do trem na Praça do Pacificador, ou pelo ponto de ônibus também na
Praça do Pacificador.
Com a greve
todos os meios de transportes ficaram parados e o povo começou a aglomerar-se
de madrugada na Praça e chegavam até lá a pé, de bicicleta ou de carroça.
A crise
política gerava uma crise no abastecimento de alimentos, pois o preço dos
produtos eram controlados pela COFAP (Comissão Federal de Abastecimento e
Preço) e isso não agradava aos comerciantes.
Com fome, sem
transporte e sem presidencialismo no dia 05 de Julho de 1962 o povo deu a
resposta e saqueou tudo o que viu pela frente. Teriam acontecidos também saques
em Niterói (dois dias antes), Braz de Pina, Ramos e claro em toda a Baixada
Fluminense, mas nenhum com a proporção do Saque de Caxias que precisou da
intervenção do Exécito para ser contido.
Passados meio século
dessa história os diretores do filme, Rodrigo Dutra e Victor Ferreira, abrem as
portas do Teatro Raul Cortez na Praça do Pacificador para ouvir o relato de
pessoas que participaram do quebra-quebra ou que tenham ouvido falar do saque.
“Venham todos
por que será o retorno do povo ao palco principal do acontecimento. A cinco décadas eles vieram e
saqueraram, agora eles retornam para relatar em primeira pessoa como foi o
acontecido”, diz Dutra.
Para Victor
Ferreira o filme 1.9.6.2 O ANO DO SAQUE vai seguir o mesmo caminho da parceria
dos dois no O Vento Forte do Levante
que contou a vida do poeta Solano Trindade: “nosso filme estará presente em
todo país, acreditamos que hoje os festivais de cinema são as principais vitrines
do documentário.”
Hoje a antiga
praça é uma grande estrutura de concreto projetada por Oscar Niemeyer que
abriga um dos mais modernos teatros do Brasil e a biblioteca Leonel de Moura
Brizola.
Para participar
e só ir até o Teatro Raul Cortez no Centro de Caxias dia 16 às 09 horas da
manhã.
Serviço
-Teatro Raul
Cortez, praça do Pacificador, centro, Duque de Caxias.
-Dia: 16/08/2012
-Horário: 09:00
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