quarta-feira, 8 de agosto de 2012

1.9.6.2 MOTIVOS PARA ESTAR NA PRAÇA DO PACIFICADOR


Cinquenta anos depois o documentário 1.9.6.2 O ANO DO SAQUE quer de volta o povo na rua.


Isso mesmo, aconteceu a cinquenta anos atrás um evento singular para a história de Duque de Caxias: o povo saiu as ruas e saqueou produtos alimentícios dos supermercardos, padarias e armazéns. O evento ficou conhecido popularmente de “Quebra-Quebra”.

O ano era de mil novecentos e sessenta e dois e existia uma tentativa de saque ao poder por parte das elites. Com a crise instalada no ano anterior pela renúncia de Jânio Quadros e a posse de João Goulart (Jango) o dilema politico do ano de 1962 era o confronto parlamentarismo-presidencialismo.

No dia que aconteceu o Saque havia também uma greve geral no país incentivada pelos sindicatos que eram pró-presidencialismo. Todo o sistema de transporte estava parado. De Duque de Caxias só existiam dois modos de se chegar a antiga Capital, ou pela linha do trem na Praça do Pacificador, ou pelo ponto de ônibus também na Praça do Pacificador.

Com a greve todos os meios de transportes ficaram parados e o povo começou a aglomerar-se de madrugada na Praça e chegavam até lá a pé, de bicicleta ou de carroça.

A crise política gerava uma crise no abastecimento de alimentos, pois o preço dos produtos eram controlados pela COFAP (Comissão Federal de Abastecimento e Preço) e isso não agradava aos comerciantes.

Com fome, sem transporte e sem presidencialismo no dia 05 de Julho de 1962 o povo deu a resposta e saqueou tudo o que viu pela frente. Teriam acontecidos também saques em Niterói (dois dias antes), Braz de Pina, Ramos e claro em toda a Baixada Fluminense, mas nenhum com a proporção do Saque de Caxias que precisou da intervenção do Exécito para ser contido.

Passados meio século dessa história os diretores do filme, Rodrigo Dutra e Victor Ferreira, abrem as portas do Teatro Raul Cortez na Praça do Pacificador para ouvir o relato de pessoas que participaram do quebra-quebra ou que tenham ouvido falar do saque.

“Venham todos por que será o retorno do povo ao palco principal do acontecimento. A cinco décadas eles vieram e saqueraram, agora eles retornam para relatar em primeira pessoa como foi o acontecido”, diz Dutra.

Para Victor Ferreira o filme 1.9.6.2 O ANO DO SAQUE vai seguir o mesmo caminho da parceria dos dois no O Vento Forte do Levante que contou a vida do poeta Solano Trindade: “nosso filme estará presente em todo país, acreditamos que hoje os festivais de cinema são as principais vitrines do documentário.”
Hoje a antiga praça é uma grande estrutura de concreto projetada por Oscar Niemeyer que abriga um dos mais modernos teatros do Brasil e a biblioteca Leonel de Moura Brizola.
Para participar e só ir até o Teatro Raul Cortez no Centro de Caxias dia 16 às 09 horas da manhã.

Serviço

-Teatro Raul Cortez, praça do Pacificador, centro, Duque de Caxias.
-Dia: 16/08/2012
-Horário: 09:00







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