- 22/08/2012 |
- Redação
- Opera Mundi / Agência Efe
Bravo, Equador, por seu nobre,
justo e belo gesto ao conceder asilo político a Julian Assange! Em uma
era na qual praticamente todos os políticos quebram todas as promessas
rotineiramente, o presidente equatoriano manteve a dele a Assange –
embora, ao fazê-lo, o tenha colocado na mira do império mais poderoso.
Então, uma saudação a Rafael Correa, também, por mostrar que ainda é
possível ser um honroso homem de Estado.
A apenas poucos dias depois da Olimpíada
de Londres – cuja cerimônia de encerramento contou com a música
“Imagine”, de John Lennon, e sua mensagem de paz universal, justiça e
irmandade – o governo do Reino Unido revelou, uma vez mais, sua
verdadeira face cruel quando ameaçou bombardear a embaixada equatoriana
para prender Assange, e então se recusou a deixá-lo sair do Reino Unido
mesmo depois da concessão de asilo. Tal como os Estados Unidos, o Reino
Unido é uma potência mundial que está agindo como um bandido de esquina,
mesquinho e vingativo, em contraste com o minúsculo Equador, com sua
postura baseada em princípios. Então quem é realmente ótimo aqui?
Perseguindo seus inimigos políticos, os
Estados Unidos têm frequentemente caído em desgraça. Em 1992, o país
indiciou o enxadrista Bobby Fischer por competir na Iugoslávia, em
violação às sanções norte-americanas contra aquele país. Fischer chegou a
ser preso por autoridades japonesas em 2004, sob ordens dos Estados
Unidos. Nos anos seguintes, Fischer aumentou seus ataques efusivos
contra a elite dominante norte-americana, e também contra os judeus,
muito embora ele próprio fosse judeu. Liberdade de expressão é liberdade
de expressão, mas esqueça a sua aplicação aqui já que os Estados Unidos
ficaram claramente enfurecidos com a barulhenta crítica de um ex-filho
favorito. Não menos do que isso, alguém que uma foi confiado para,
sozinho, embaraçar a arquiinimiga União Soviética.
Encurralado pelo império, Fischer teve
asilo oferecido pela minúscula Islândia e, ao contrário dos britânicos
no sórdido caso de Assange, os japoneses decidiram deixá-lo ir. Uma vez
mais, nós vimos uma pequena nação agindo grandemente, enquanto que uma
muito maior se comportou de maneira ridícula.
[Foto: Bobby Fischer, em 1960; na época, ainda defendia seu país, e anos depois, chegou a protestarcontra supostos arranjos de jogos por rivais soviéticos].
Em 2011, o Reino Unido também acossou a Islândia para compensar os clientes britânicos de um banco islandês que faliu, mas a Islândia, para seu crédito, se recusou. Afinal de contas, os bancos britânicos (e norte-americanos) compensaram alguém pelas enormes perdas que eles causaram ao mundo todo?
Ostentando grandes cassetetes, grandes garotos andarão de forma pomposa, embora olhares e pensamentos desdenhosos sejam constantemente lançados em sua direção. Contudo, esses ogros também são fúteis, tal como foi evidenciado por seus esforços intermináveis de enaltecerem a si próprios, como com a Olimpíada de Londres. As duas medalhas de ouro do somali Mo Farah foram saudadas como uma prova do sucesso e da integração islâmica na Inglaterra, mas o que foi ignorada é a história de mais de um século de colonização inglesa, além do bombardeio, da subversão e exploração de numerosos países islâmicos, sendo o Iraque, a Líbia e a Síria apenas os últimos exemplos.
Assim como os Estados Unidos, trata-se de um incansável artífice de sua imagem divertida e sexy, a ser exportada ao mundo todo na sua mais obscura casa de chá, cabana, yurt [tenda típica da Mongólia], iglu ou caverna da província mais longínqua em cada país. Tanques, aviões e bombas norte-americanas são pintados com elementos de cartuns, e os pilotos norte-americanos cantam “Bye, bye, Miss American Pie”, enquanto liquidam suas famílias lá do céu. Depois que os estrangeiros são bombardeados enquanto os pilotos ouvem Lady Gaga ou Britney Spears, os cadáveres adultos podem ser embrulhados em cobertores do New York Yankees ou do Dallas Cowboys, ao passo que suas crianças mortas podem ser enterradas em mantas do Mickey ou do Bob Esponja. É tudo de bom.
[Foto: Bobby Fischer, em 1960; na época, ainda defendia seu país, e anos depois, chegou a protestarcontra supostos arranjos de jogos por rivais soviéticos].
Em 2011, o Reino Unido também acossou a Islândia para compensar os clientes britânicos de um banco islandês que faliu, mas a Islândia, para seu crédito, se recusou. Afinal de contas, os bancos britânicos (e norte-americanos) compensaram alguém pelas enormes perdas que eles causaram ao mundo todo?
Ostentando grandes cassetetes, grandes garotos andarão de forma pomposa, embora olhares e pensamentos desdenhosos sejam constantemente lançados em sua direção. Contudo, esses ogros também são fúteis, tal como foi evidenciado por seus esforços intermináveis de enaltecerem a si próprios, como com a Olimpíada de Londres. As duas medalhas de ouro do somali Mo Farah foram saudadas como uma prova do sucesso e da integração islâmica na Inglaterra, mas o que foi ignorada é a história de mais de um século de colonização inglesa, além do bombardeio, da subversão e exploração de numerosos países islâmicos, sendo o Iraque, a Líbia e a Síria apenas os últimos exemplos.
Assim como os Estados Unidos, trata-se de um incansável artífice de sua imagem divertida e sexy, a ser exportada ao mundo todo na sua mais obscura casa de chá, cabana, yurt [tenda típica da Mongólia], iglu ou caverna da província mais longínqua em cada país. Tanques, aviões e bombas norte-americanas são pintados com elementos de cartuns, e os pilotos norte-americanos cantam “Bye, bye, Miss American Pie”, enquanto liquidam suas famílias lá do céu. Depois que os estrangeiros são bombardeados enquanto os pilotos ouvem Lady Gaga ou Britney Spears, os cadáveres adultos podem ser embrulhados em cobertores do New York Yankees ou do Dallas Cowboys, ao passo que suas crianças mortas podem ser enterradas em mantas do Mickey ou do Bob Esponja. É tudo de bom.
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