- 01/03/2012 |
- Redação
- O Globo
Dotcom comparou operação do FBI com caso das armas de destruição em massa do Iraque
RIO - O fundador do site Megaupload se defendeu das acusações de
pirataria na quarta-feira em sua primeira entrevista após sair da prisão
na Nova Zelândia. Kim Dotcom comparou a operação do FBI que culminou em
sua prisão com o falso argumento sobre armas de destruição em massa que
justificou a invasão do Iraque pelos Estados Unidos e ainda afirmou:
“Eu não sou o rei da pirataria”
- É como as armas de destruição em massa no Iraque, sabe? Se você
quer pegar alguém e há um objetivo político nisso, você dirá o que for
necessário - disse Dotcom, de 38 anos, que foi libertado sob fiança da
prisão na semana passada após um mês atrás das grades e ficará em prisão
domiciliar em Auckland, Nova Zelândia, sem acesso à internet.
Para o criador do Megaupload, o governo americano agiu para “proteger
um modelo de negócios monopolista e datado que não funciona na era da
internet".
- Eu não sou o rei da pirataria. Eu oferecia armazenamento on-line
para usuários, e isso é tudo - afirmou o alemão, acrescentando que
“centenas de outras empresas” oferecem serviços similares de
compartilhamento na nuvem. - Sou um bode expiatório. Já fui hacker, não
sou americano, não tenho US$ 50 bilhões no banco. As acusações são
insanas. Dizem que o Megaupload causou um prejuízo de US$ 500 bilhões à
indústria do entretenimento, mas isso é loucura, já que a ela fatura por
ano US$ 20 bilhões. Vocês acreditam que se os estúdios tivessem
prejuízos bilionários ficariam sentados sem fazer nada, sem nos
processar?
Dotcom disse que o Megaupload não podia, por lei, monitorar o
conteúdo que seus usuários compartilhavam, e que, portanto, não pode ser
considerado cúmplice de pirataria. Ele citou o processo movido pela
empresa de entretenimento Viacom contra a Google, que acabou vencendo
com a alegação de que não é responsável pelo que os internautas postam
na Web. Para o alemão, sua prisão foi uma surpresa e um pesadelo, já que
o site só havia sido processado uma única vez em sete anos de
existência, segundo ele.
Dotcom disse também que o Megaupload sempre retirou do ar conteúdo
apontado como ilegal pelas empresas atingidas, e que 180 companhias eram
parceiras nesse trabalho, inclusive os estúdios de cinema e a
Microsoft.
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