Começou hoje o Rock In Rio USA, que está sendo realizado na cidade de Las Vegas. O evento além dos shows, traz outras atrações, entra elas a Rock Street, que tem como uma das inspirações o nosso país. O trabalho foi criado pela Ciclo Arquitetura, tem assinatura do arquiteto João Uchôa, do escultor Glauco Bernardi e do artista plástico de Duque de Caxias Carlos Bobi, estampando um grande mural com seu trabalho.
Bobi, como é mais conhecido é um dos fundadores do MOF, e vem cada vez ganhando espaço na cena artística com seus trabalhos.
Foto: Rock in Rio USA - Grafiti Carlos Bobi
Na próxima terça-feira, dia 12 de maio, outro representante do MOF, Combone, abre sua exposição individual na galeria Paçoca, que fica na Rua Major Ruben Vaz, 103 - casa, no Jardim Botânico.
Texto de Hugo Inglez para a exposição "Indivisão"do artista Combone.
A arte do Combone possui um caráter universal, fruto do elaborado folclore presente em suas obras, uma reunião de elementos e alegorias que conversam com inúmeras culturas. Bois-divindades que vão da festa do Bumba meu Boi ao culto indiano às vacas, figuras femininas com traços de influência oriental e intrincado vestuário que remete ao carnaval, ao circo e inclusive aos antigas trajes da aristocracia europeia. São diversas camadas de significação sobrepostas em elegante harmonia, o que confere riqueza visual e conceitual às obras.
A precisão, beleza e singularidade do seu traço parecem o resultado irônico de sua instintividade no processo de criação, com pinceladas espontâneas e uma composição brutal de cores puras, aplicadas diretamente das bisnagas.
As mulheres são o tema natural dessa criação por instintos. As musas do Combo são os veículos para o arrebatamento do que há de excitante, sexual, apaixonado e perverso na alma do artista. Retratadas em posições que sugerem timidez, mas que revelam uma vulnerabilidade erótica, elas suportam o fardo de pesadas ombreiras e coroas, onde o colorido das pinturas se concentra, como se a representar o preço da entrega ao universo das fantasias.
São rainhas e prisioneiras do mundo fantástico que criaram, e que, transportado para a materialidade cotidiana, as retira da proteção e segurança de suas vestes, deixando apenas a fragilidade da sobrevivência. As mulheres do WMO transmitem a insegurança e melancolia do próprio artista frente à dureza da realidade, por estar aprisionado ao seu reino de sensações.
O uso de ouro e prata nas pinturas reforça o contraste entre o mundo material e os aspectos intangíveis do espírito. O ouro simboliza o elemento mais controverso na história da humanidade, por trazer felicidade e beleza ao espírito interior, mas também provocar guerras e morte.
A utilização de simbolismos marca a obra do Combone. Para ele, poder, ganância e religião são propriedades simbólicas tão maleáveis quanto os metais que as representam fisicamente.
E o amor. O amor está sempre presente em seu estado mais puro, nas linhas simples de um coração, a primeira e absoluta forma que toda criança aprende para representar o estado de existência mais elevado.
Hugo Inglez
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