Espaço irá oferecer atendimento e vários serviços ao público LGBT
Dando prosseguimento à difusão das políticas do Programa Estadual Rio sem Homofobia, o Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Superintendência de Direitos Individuais Coletivos e Difusos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, irá inaugurar mais um Centro de Referência de Combate à Homofobia e Promoção da Cidadania LGBT (CR LGBT). Duque de Caxias será o terceiro município fluminense a ganhar uma unidade do Centro LGBT e atenderá também as regiões adjacentes. A cerimônia ocorre no dia 16 de agosto, a partir das 16h, na sede do CR LGBT – Baixada I, localizada na parte superior do Restaurante Cidadão de Duque de Caxias.
Além da tradicional cerimônia de inauguração, que contará com a presença de autoridades locais – entre elas o Defensor Público Geral do Estado do Rio de Janeiro Nilson Bruno Filho – e atrações culturais diversas, haverá ainda uma homenagem à figura de Joãozinho da Goméa, o primeiro pai de santo assumidamente gay da Baixada Fluminense, que será o patrono in memoriam do CR LGBT Duque de Caxias – Baixada I. Mães de santo irão recepcionar os convidados e farão um ritual de “limpeza espiritual” do lugar. Este será o terceiro CR de uma lista de 11 unidades que serão instaladas até o final de 2012 pelo governo do Rio de Janeiro.
“A inauguração de um Centro de Referência LGBT em Duque de Caxias significa uma grande vitória para uma população que tem um histórico de violência homofóbica, que vai desde agressões verbais até homicídios com requintes de crueldade. O objetivo é dar acolhimento, orientação e oferecer outros serviços a esse público, defendendo seus direitos e promovendo a cidadania; a partir da capilarização do Programa Estadual Rio sem Homofobia no interior do estado”, observa o Superintendente de Direitos Individuais Coletivos e Difusos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, Cláudio Nascimento.
Os Centros de Referência de Cidadania LGBT são equipamentos estaduais e integram o Programa Estadual Rio sem Homofobia – um conjunto de medidas e politicas públicas de combate à homofobia e promoção da cidadania LGBT. As unidades são compostas por profissionais de diferentes especialidades, que prestam atendimento gratuito à comunidade LGBT, como advogados, psicólogos e assistentes sociais. Os serviços vão de acolhimento, encaminhamento e esclarecimento de dúvidas até o monitoramento de políticas e demandas dessa comunidade.
Para que serve um CR LGBT?
As unidades oferecem serviços direcionados à comunidade LGBT, familiares e amigos vítimas de discriminação e violência homofóbica. Além disso, prestam orientação à sociedade em geral sobre direitos desse segmento e têm o compromisso de formar uma rede de apoio social, monitorada a partir de um banco de dados estadual. Outro objetivo do Centro é sensibilizar e capacitar gestores públicos e a sociedade local sobre homofobia e cidadania LGBT, contribuindo para a formulação e adequação de políticas a fim de incluir a população LGBT em sua perspectiva.
Programa Estadual Rio sem Homofobia
O Programa Estadual Rio sem Homofobia, coordenado pela Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, visa combater a discriminação e a violência contra LGBT e promover a cidadania desta população em todo território fluminense, respeitando as especificidades desses grupos populacionais. É através de disseminação de informações sobre direitos e sua defesa e garantiaque o programa atua no combate à homofobia;além da produção, implementação e monitoramento de políticas públicas transversais, isto é, em todas as áreas de governo, a fim de promover a cidadania LGBT. O Centro de Referência LGBT, bem como o Disque Cidadania LGBT, são serviços do Programa Estadual Rio sem Homofobia.
Quem foi Joãozinho da Goméa
Também conhecido como Pai João, Táta Londirá e Seu João da Pedra Preta, o famoso Jãozinho da Goméa nasceu em 1914, na Bahia, sendo registrado como João Alves Torres Filho. Em 1946, passa a morar no Rio de Janeiro e se estabelece na cidade de Duque de Caxias, região metropolitana da capital. Sua trajetória é constantemente tomada como referência para diferentes estudos sobre a cultura e as religiões afro-brasileiras. O pai de santo é apontado como o principal responsável por deslocar manifestações de religiosidade candomblé da periferia social para a vida cultural da cidade fluminense, projetando sua carismática figura na mídia local. Entre os anos de 1949 e 1951, Joãozinho da Goméa, já considerado o “babalaô do Brasil” assinou a seção diária Ao cair dos Búzios, do Jornal Diário Trabalhista, na qual respondia dúvidas e cartas dos leitores, levantando questões que envolviam religião, sexualidade e etnia. Famoso também em Salvador, João da Pedra Preta chegou a ser classificado por seu conterrâneo Jorge Amado como “um maravilhoso bailarino e digno de todos os palcos”, possuidor do candomblé “mais espetacular” da Bahia. Morreu em 1971.
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